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Sesp anuncia dois novos médico legistas para IML de Apucarana

Renan Vallim

| Edição de 08 de janeiro de 2019 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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A Secretaria Estadual de Segurança Pública do Paraná (SESP-PR) afirmou ontem que o Instituto Médico Legal (IML) de Apucarana deve receber mais dois médicos legistas nos próximos 30 dias. Hoje, a falta de funcionários obriga a unidade a realizar autópsias apenas durante uma semana por mês, o que vem causando uma série de atrasos no atendimento. No último final de semana, por exemplo, o corpo de uma menina de 10 anos foi liberado para a família quase 24 horas depois da morte. Os familiares estudam processar o órgão.

A morte de Júlia Gabriela da Silva, de 10 anos, aconteceu perto das 20 horas do último sábado (5). Ela subiu em um vaso sanitário no banheiro de um sítio no município de São Pedro do Ivaí, para ligar o registro de água e tomar banho. A peça quebrou e a criança caiu e se cortou, sofrendo ferimentos fatais.
A partir de então, familiares da menina enfrentaram uma verdadeira saga para poder velar e enterrar a criança. “O corpo foi buscado pelo IML de Apucarana, que o levou para Londrina, pois não havia serviço na unidade apucaranense. Depois da necropsia e de vários atrasos, o corpo foi liberado, voltando para Apucarana. Depois, teve que ser levado para Arapongas para ser embalsamado. A Júlia só chegou em São Pedro do Ivaí para ser velada perto das 23 horas de domingo”, disse o tio da menina, o tratorista Adriano da Silva.
A espera, juntamente com a falta de informações, fez com que alguns familiares passassem mal. O avô paterno, Lucimar da Silva, afirma que a família ficou chocada com a situação. “Uma morte como esta, inesperada, de uma criança, já é suficiente para deixar qualquer pessoa muito abalada. A espera piora ainda mais a situação. Estamos pensando em processar o estado porque não gostaria que nenhuma outra família passasse pelo que passamos”.
Até agosto de 2018, o IML de Apucarana contava com quatro médicos legistas, hoje só tem um. Ocorre que dois dos profissionais eram contratados  através de Processo Seletivo Simplificado (PSS) e naquele mês, o contrato se encerrou, fazendo com que a unidade perdesse metade dos peritos.
No final do ano passado, a situação piorou ainda mais porque um dos dois médicos que restaram se aposentou. 
Por conta disso, os corpos de pessoas que morreram decorrentes de situações que por lei exigem confecção de laudos estão sendo levados até Londrina, necropsiados e depois trazidos de volta para Apucarana. A unidade apucaranense atende boa parte do Vale do Ivaí e também Arapongas.

OUTRO LADO
A Polícia Científica do Paraná, órgão subordinado à SESP-PR e que é responsável pelos IMLs do estado, não quis comentar o caso da menina. Em nota oficial, a direção da instituição informou, entretanto, que “o Governo do Estado nomeou mais dois médicos-legistas para reforçar o atendimento na unidade de Apucarana, os quais estão preparando seus documentos para ingressarem em atividade naquela unidade no prazo previsto em Lei de 30 dias”. O órgão ressalta ainda que “nenhum atendimento na região foi prejudicado até o momento”.