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Tabacarias viram ‘febre’ e avançam entre população jovem

Renan Vallim

| Edição de 05 de fevereiro de 2019 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Nos últimos anos, as cidades da região viram uma verdadeira ‘onda’ de novas tabacarias sendo abertas. Só em Apucarana, há pelo menos 18 estabelecimentos do tipo, tanto na região central como nos bairros. Em Arapongas, são pelo menos 13. Lojas reclamam de preconceito por parte da sociedade, mas reconhecem que práticas de alguns estabelecimentos denigrem a imagem do setor.

A reportagem conversou com três proprietários de tabacarias de Apucarana. Eles não aceitaram ter os nomes publicados. Um deles afirma ter aberto o estabelecimento há aproximadamente dois anos. “O movimento tem sido muito bom. As tabacarias se tornaram parecidas com barzinhos. Os jovens são os principais frequentadores. Já estou planejando abrir mais uma loja”, diz.
Já o dono de uma das mais antigas da cidade, com mais de 7 anos de funcionamento, diz que, por conta do aumento da concorrência, a viabilidade caiu bastante. “Tive que dispensar um funcionário e investir em uma loja de outro setor. O movimento maior era dos fumantes de narguilé. Mas esta moda está em declínio desde o ano passado. Hoje, o que mais vendo é bebidas”.

Imagem ilustrativa da imagem Tabacarias viram ‘febre’ e avançam entre população jovem


Segundo ele, a falta de fiscalização acaba denegrindo a imagem de todo o setor. “Eu não vendo para menores de idade, mas muitos vendem. Isso acaba fazendo com que todas as tabacarias sejam vistas de maneira negativa. Outra coisa proibida é o consumo dentro do estabelecimento. Mas muitos têm o ‘lounge’, um espaço pra fumar principalmente o narguilé”.
Em 2018, pelo menos três grandes operações foram realizadas pela Polícia Militar (PM) envolvendo tabacarias. em janeiro, duas foram interditadas por falta de alvará. Em agosto, um estabelecimento chegou a ser fechado por conta de irregularidades. Em dezembro, três lojas foram interditadas após menores de idade terem sido flagrados nos locais.
O narguilé é visto com preocupação pelas autoridades de saúde. Uma hora de uso equivale a tragar cem cigarros, segundo estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS). O equipamento é utilizado sobretudo por jovens entre 18 e 29 anos. A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) aponta que, em 2015, 212 mil brasileiros usavam o narguilé.