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Arapongas discute modelo de gestão do lixo

Renan Vallim

| Edição de 23 de março de 2019 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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O secretário de Agricultura, Serviços Públicos e Meio Ambiente de Arapongas, Luiz Carlos Vissoci, realizou nesta semana uma visita técnica em Laranjal Paulista (SP), como parte do processo de instalação de uma usina de processamento de lixo na cidade araponguense. A administração municipal está na reta final de elaboração do projeto de concessão do manejo do lixo urbano e agora discute o modelo do serviço. 

Imagem ilustrativa da imagem Arapongas discute modelo de gestão do lixo


A visita a uma empresa no município paulista foi solicitada pelo prefeito Sérgio Onofre (PSC), com o objetivo de ampliar o conhecimento sobre a usina de processamento através do processo de conversão térmica de resíduos, a chamada pirólise. A visita é importante porque, hoje, apenas a iniciativa privada utiliza este nível de tecnologia no país.
Além de ver como funciona na prática o sistema, a comitiva araponguense pode conhecer também detalhes técnicos do sistema. “Foram apresentados a nós alguns dados extraídos a partir do gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos realizado naquela unidade”, explica Vissoci.
Sem utilizar a queima de qualquer substância, o sistema de pirólise submete o lixo a temperaturas de até 600 graus Celsius, provocando uma reação química. O resultado desta reação gera uma mistura de carvão e fertilizante (sólido), biodiesel (líquido) e gás. Este último é utilizado para gerar energia elétrica.
Já pronto, o termo de referência levou cerca de um ano para ser desenvolvido em Arapongas. Agora, a administração municipal busca definir o modelo de concessão do serviço, que será válido por 30 anos. Definido o modelo, a prefeitura irá publicar o edital, o que deve acontecer ainda neste semestre.
“Estamos buscando mais informações para definir se a concessão do lixo urbano será em sistema de comodato ou de terceirização. Em ambos, a instalação da usina será feita a custo zero para o município, totalmente bancada pela empresa vencedora. No comodato, a prefeitura realiza todo o serviço, mas quem fica com a energia elétrica resultante é a empresa dona da usina. Já na terceirização, o serviço fica por conta da empresa, que recebe para operar o sistema, mas a energia resultante fica com a prefeitura”, explica o secretário.
A usina deverá ser construída no próprio terreno do atual aterro. A empresa vencedora terá até um ano e meio para construir a usina e de 10 a 15 anos para fazer a recuperação ambiental do aterro sanitário, já que a usina poderá realizar a pirólise tanto do lixo que será produzido pela cidade, quanto daquele que já está no aterro.
O município produz, em média, 1,5 mil toneladas de lixo por mês. Desde 2002, o aterro sanitário é gerido pela empresa Sanetran, que recebe em torno de R$ 2 milhões anuais. O espaço tem apenas mais alguns meses de vida útil.