OPINIÃO

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‘Baleia Azul’ é um jogo perverso e exige atenção

Da Redação

| Edição de 21 de abril de 2017 | Atualizado em 20 de abril de 2017

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Um jogo denominado “Baleia Azul” provocou alerta nos últimos dias entre autoridades, psicólogos e, principalmente, pais. Trata-se de um desafio online que estimula o suicídio de adolescentes. Cinco casos suspeitos estão sendo investigados em Curitiba, o que motivou o governo estadual a formar uma força-tarefa formada por integrantes das áreas de segurança pública, saúde e educação para monitorar a situação.

É preciso, realmente, redobrar a atenção em casa, nas escolas e também nos pronto-socorros. A “Baleia Azul” é um jogo extremamente perverso. É uma gincana macabra que prevê tarefas a serem cumpridas ao longo de 50 dias, orientadas por um curador, como assistir a filmes de terror, criar inimizades e se automutilar. A última seria o ato de tirar a própria vida.

O tema suicídio de adolescentes também entrou na pauta das redes sociais com a série “13 Reasons Why”, do Netflix, no qual uma garota explica as causas que a levaram a cometer o suicídio.

O suicídio é um grande tabu, ainda mais envolvendo adolescentes. A série criou polêmica ao romantizar o assunto, segundo alguns especialistas, embora tenha provocado debate, o que é importante. Já o jogo Baleia Azul, ao contrário, é deletério, porque leva os jovens a assumirem riscos. Ou seja, é apenas ruim, faz mal ao adolescente e não provoca nenhuma reflexão. 
O caminho é o diálogo e a orientação. O suicídio precisa ser tratado abertamente. O assunto sempre foi polêmico porque há um entendimento –bastante antigo, é verdade – de que abordar o suicídio é uma forma de estimular novos casos. No jornalismo, inclusive, há uma regra de que suicídios não se divulgam, somente quando envolvem personalidades.

É fato que é preciso rever e rediscutir essa temática. Com a internet e as redes sociais, poucas coisas ficam escondidas. Há a possibilidade de acessar qualquer conteúdo.

No caso da Baleia Azul, o governo do Paraná agiu corretamente em lançar uma força-tarefa. É preciso reforçar os cuidados quanto a mudanças de comportamento dos estudantes - como alterações de humor, de rotina, vestimenta - ou o aparecimento de marcas no corpo e mesmo de tatuagens. Além disso, é fundamental orientar e conversar com os jovens sobre os riscos. 

A maioria dos suicídios poderia ser evitada se houvesse um acompanhamento adequado. A Baleia Azul é algo perverso e que precisa ser combatido, embora seja preciso evitar a paranoia. É fundamental analisar os casos suspeitos com critério e debater o assunto com muita maturidade para não provocar nenhuma onda de desespero desnecessária.