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Ferrugem asiática preocupa produtores

Ivan Maldonado

| Edição de 19 de janeiro de 2018 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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O excesso de chuvas da primeira quinzena de janeiro tem preocupado os produtores de soja do Vale do Ivaí. As condições do tempo variando entre muita chuva e calor estão ideais para a proliferação da ferrugem asiática. Considerada a doença mais severa para cultura, o fungo provoca desfolha precoce, compromete a formação, o desenvolvimento de vagens e o peso final do grão, podendo causar danos de até 100% na produtividade. 

Imagem ilustrativa da imagem Ferrugem asiática preocupa produtores


Conforme informações do Consórcio Nacional Antiferrugem, na atual temporada, o Paraná lidera o ranking entre os estados onde há mais presença da doença com 88 casos registrados, seguido por Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul, ambos com 19 ocorrências. No Brasil, já são 169 regiões afetadas. Na região até ontem, o consórcio registrava cinco casos, nos municípios de Mauá da Serra, Arapongas, Ivaiporã, São João do Ivaí e Pitanga. 
De acordo com o produtor de soja e engenheiro agrônomo Nairo Gomes de Brito Filho, o atual ciclo da soja na região, que se encontra em início de florescimento e preenchimento de grão, é o mais propício para a doença. “Normalmente é uma época para o aparecimento da ferrugem.  O que preocupa muito é a chuva, que não permite o tratamento correto. Cedo o terreno fica molhado demais, de tarde forma chuva impedindo o trabalho”, comenta.
Por conta disso, boa parte das pulverizações estão atrasadas. Nairo Filho, por exemplo, produz soja em sociedade com o agricultor Luiz Fornel em área de 700 alqueires. Segundo ele, da área total plantada, cerca de 80 alqueires não recebe a aplicação preventiva há mais de 30 dias. “Precisamos de pelo menos dois dias de sol sem chuvas, para terminar as aplicações, mas está difícil”. 
Mesmo tendo feito a última pulverização há cerca de 15 dias, o produtor Gleberson Vieira, de Ivaiporã, também se mostra preocupado com a área de 15 alqueires plantada com o grão. “Foram poucos períodos de sol, mas aproveitei e deu para pulverizar tudo. Mas, com essa chuvarada aí, o fungicida dura um pouco menos, e a cada 15 dias é preciso entrar com o pulverizador para não correr risco. No geral, as plantas estão bem carregadas, se tudo correr bem vai dar para colher umas 170 sacas por alqueire”, relata Vieira.
O agricultor Eraldo Colombo de Jardim Alegre, também está preocupado com a doença. “Fiz duas aplicações protetivas, e acreditava que não ia precisar a terceira. Mas, com a ferrugem se alastrando por aí vou ter que passar a terceira. É só o tempo firmar um pouquinho para passar”. Colombo tem 15 alqueires plantado com soja.