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Preço do tomate dispara nos supermercados

Renan Vallim

| Edição de 23 de abril de 2017 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Após ter seu preço multiplicado em quase cinco vezes em menos de quatro meses, o tomate voltou a ser o vilão nos supermercados. Em Apucarana, o produto era vendido em janeiro por pouco mais de R$ 1 o quilo. Hoje, pode ser encontrado a R$ 6. O clima é apontado como o principal causador da alta, que tem irritado consumidores.

Imagem ilustrativa da imagem Preço do tomate dispara nos supermercados


De acordo com Antônio Alessandro Grigio, comprador de um supermercado em Apucarana, o tempo mais frio e chuvoso afeta diretamente o setor de hortifrúti. “Os produtos são bem sensíveis a mudanças de temperatura e umidade. Isso causa dificuldades e perdas na lavoura, o que joga o preço rapidamente para cima”, afirma.

A forte alta também foi impulsionada pela crise que os produtores de tomate passaram em janeiro deste ano. À época, a caixa com 23 quilos chegou a ser comercializada no Paraná a R$ 23,71, valor mais baixo desde abril de 2012, por conta da grande produtividade nas lavouras. Isso fez com que vários agricultores jogassem o produto fora em vários pontos do Brasil, já que o preço de transporte inviabilizava a comercialização.
Desde então, o que se viu foi uma alta meteórica de mais de 180% e, em menos de quatro meses, a mesma caixa custa R$ 66,73 no estado, maior valor em um ano. O maior aumento foi em abril, quando o valor subiu praticamente 100%. No entanto, muitos acreditam que esse patamar não se sustentará por muito tempo.
“Essa alta foi de momento, tanto é que já começou a baixar de preço. Acredito que a tendência seja de o preço continuar baixando. Nós, inclusive, estamos fazendo promoção do tomate e, para a próxima semana, deverá ter uma nova promoção”, aponta o gerente de um supermercado de Apucarana, Leandro Zafalon.
Mesmo com promoções e com possibilidade de queda nos preços, os consumidores se queixam do valor pago pelo tomate. “Está muito alto realmente, e subiu quase que de uma hora para outra. É difícil ficar sem tomate, então acabamos ‘pagando o pato’”, afirma o gerente comercial Nelson Estivan. A dona de casa Tereza Araújo também lamenta. “O jeito é comprar menos. O consumidor sofre”, destaca.

INFLAÇÃO
A alta do tomate vem novamente impactando na inflação. Além de pressionar a alta da cesta básica em março, a alta do produto aparece com destaque na prévia da inflação oficial, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), divulgado nesta semana, ganhou força de março para abril, passando de 0,15% para 0,21%.
O tomate, que ficou 30,79% mais caro, foi destaque de alta no ranking dos maiores impactos no grupo de alimentação e bebidas (0,31%). Além dele, outros alimentos passaram a custar mais de março para abril, a exemplo da batata-inglesa (11,63%), dos ovos (5,5%) e do leite longa vida (1,49%).