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Produção de leite exige profissionalização

Ivan Maldonado

| Edição de 20 de janeiro de 2018 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Após ganhar espaço na região de Ivaiporã, a pecuária de leite agora vem passando por uma etapa de profissionalização. Uma das técnicas que vem despontando é o sistema Free Stall.

Imagem ilustrativa da imagem Produção de leite exige profissionalização


Na Cabanha Caiuá, na localidade Água da Prata, em Ivaiporã, o proprietário Gustavo Chaves investiu na construção de um galpão com capacidade para 30 animais e adotou o sistema, que é caracterizado por pelo confinamento das matrizes. O barracão coberto tem uma cama de areia para cada animal de forma que ele passe o dia ruminando nesse ambiente. “Nesse sistema a vaca se levanta, basicamente, apenas para se alimentar, assim ela não tem perda de energia e consegue produzir mais. Além disso, o sistema facilita o manejo, e melhora a sanidade do rebanho”, relata Chaves. 
No sistema semi-confinado que era adotado anteriormente, a produção média da propriedade de Chaves era em média de 19 litros. “Ainda estamos em fase de adaptação, mas nesse novo sistema, já subiu 4 litros em média por vaca, mas a intenção é chegar a 30 litros nos próximos meses”, assinala Chaves.
Ainda segundo Chaves, embora o rebanho fique confinado, a vaca circula à vontade dentro do galpão, interagindo com as outras, o que possibilita que ela exercite seus instintos com o grupo e sem stress. “Isso faz com que a vaca apresente cio com mais facilidade, o que melhora os índices reprodutivos”, relata Chaves. 
O retireiro da propriedade, Joel de Moraes, aprovou o novo sistema. Ele relata que sempre trabalhou com animais no pasto. “É bem mais fácil de manejar. Elas ficam descansando o tempo todo, e na hora de ordenhar é só levar para a sala de espera. Antes levava quase uma hora, só para tocar os animais até ordenha. Hoje é rapidinho, no máximo 5 minutinhos, já estão prontas”, afirma Moraes. 

PLANEJAMENTO
Para a médica veterinária, Vitória Maria Montenegro Holzmann, diretora regional da Emater de Ivaiporã, um planejamento bem elaborado representa grande vantagem e faz a diferença para se ter um resultado positivo. “Infelizmente, muitas vezes o planejamento rural é deixado de lado, fazendo com que produtores tenham dificuldades de se preparar para eventos adversos”, relata. 
Ainda segundo Vitória Maria, o planejamento rural oferece uma visão de longo prazo, e envolve mercados internos e externos, fornecedores de insumos, toda a cadeia de produção, além das práticas de manejo. “Um bom planejamento estratégico oferece o diagnóstico e a análise do ambiente, facultando ao produtor uma melhor leitura do futuro de suas atividades. Em suma, para se ter lucros tem que profissionalizar a gestão”, enfatiza.(IVAN MALDONADO)