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A cada 8 dias, uma criança é vítima de abuso

DA REDAÇÃO

| Edição de 10 de setembro de 2020 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Em média, uma  criança é abusada em Apucarana a cada 8 dias. Os dados constam em relatório da Delegacia da Mulher de Apucarana, que registrou 32 estupros de vulnerável na cidade desde janeiro. O levantamento revela que a partir de março, início do isolamento social por conta da pandemia, houve um aumento gradativo nos casos registrados, chegando a 6 estupros de crianças apenas no mês de julho. Em média, a idade das crianças violentadas é de 7 anos. 

Para a delegada da Mulher de Apucarana Sandra Nepomuceno, a crescente no número de casos denunciados tem relação com o fato de que os órgãos como Conselho Tutelar, Apaes, e outros que trabalham com esse público, estão retomando as atividades com mais afinco após o período mais intenso de isolamento social. 
“Verifico no boletim de ocorrência que são situações que aconteceram durante o isolamento e somente agora estão sendo relatados. O fato das crianças estarem sem aulas e muito tempo em casa aumentou o risco do abuso, pois os professores e psicólogos nas escolas são os profissionais que mais observam sinais de abusos sexuais” esclareceu. 
A delegada diz que, mesmo quando não é feito o flagrante da situação, ou seja, quando o registro da ocorrência é feito algum tempo depois do crime, a prisão preventiva do autor pode ser realizada. “Após o registro da ocorrência, encaminhamos imediatamente as crianças para realização de exames e escuta especializada por um psicólogo. Com esses dois documentos representamos pela prisão preventiva quando o crime é recente. Se o crime já ocorreu há muito tempo, interrogamos o acusado e indiciamos com encaminhamento ao Ministério Público para que ofereça a denúncia e inicie a ação penal”, explicou. 
A delegada lamenta o cenário de violência sexual contra a criança afirmando que os números são altos e os registros continuam a crescer em setembro. “Essa semana já atendemos 4 casos de estupro de vulnerável, e estamos só no dia 09. É um cenário muito triste essa realidade”, disse. 
Algumas ações podem evitar esse tipo de violência contra a criança. A delegada orienta: “Nunca deixar a criança sozinha com um adulto do sexo masculino que não seja o pai biológico da criança. A maioria dos casos são abusos por avós, padrastos ou outro homem que esteja convivendo no lar por qualquer motivo. Observar mudança de comportamento da criança, especialmente uma aversão a determinada pessoa na casa, medo ou mesmo muita vergonha. Também é muito importante sempre conversar com a criança e extrair informações sobre a convivência dela com os demais familiares, mostrando que acredita no que ela fala”, orientou.