OPINIÃO

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​ Abuso sexual infantil deve ser combatido com rigor

Da Redação

| Edição de 13 de agosto de 2017 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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A Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp-PR) divulgou nesta semana o relatório de ocorrências do primeiro semestre. A maioria dos crimes registrou redução na área de abrangência da 17ª Subdivisão Policial (SDP) de Apucarana. No entanto, um indicador é preocupante. O número de casos de crimes sexuais aumentou 72%. É um índice alarmante, que mostra a importância de ampliar a vigilância sobre esse problema, presente em muitos lares. 

Os crimes contra a dignidade sexual envolvem estupro, abuso infantil e assédio. Foram 103 registros nos primeiros seis meses deste ano contra 60 no mesmo período de 2016. Segundo a Delegacia da Mulher, a maioria dos casos é de abusos sexuais contra crianças. 
Combater esse tipo de crime é um desafio, ainda mais porque essa violência ocorre no ambiente doméstico. Em grande parte dos casos, os abusadores são da própria família, como pais, padrastos, irmãos mais velhos, avós ou amigos dos pais. Ou seja, são pessoas próximas que, inicialmente, não são suspeitas desse tipo de crime. A violência sexual contra menores é cruel em todos os sentidos. Ocorrendo dentro de casa, as crianças têm dificuldade em denunciar os abusos. 
Nesse contexto, os pais têm papel fundamental na prevenção e também na identificação dos casos de violência sexual. Em primeiro lugar, é preciso estar atento às mudanças comportamentais das crianças. Isso envolve mudanças nos hábitos alimentares e também na postura social e diante da própria família. Quando esses “sintomas” surgem, infelizmente, não se pode excluir a possibilidade de abuso sexual. É fundamental avaliar todas as possibilidades e pedir ajuda quando a suspeita for plausível. 
As crianças sofrem caladas. Na maioria dos casos, as vítimas sofrem intimidação e ameaça dos agressores. Elas sentem-se ainda culpadas e essa violência provoca traumas psicológicos graves. As mudanças no comportamento, segundo especialistas, são claras: as crianças ficam mais agressivas, irritadas, têm dificuldades para dormir e baixo rendimento escolar, além de baixo rendimento escolar. 
Os atentados contra a dignidade sexual são dramáticos e terríveis em qualquer idade, mas ainda mais assustadores na infância. Esse assunto precisa ser uma grande preocupação de todos os setores da sociedade. É um problema grave, que deve ser combatido pelas autoridades, mas também pela família e pela sociedade. 
O caminho principal é denunciar qualquer forma de violência sexual. Esse crime viola os direitos humanos e traz consequências irreparáveis para as vítimas.