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Ação social monitora indígenas

DA REDAÇÃO

| Edição de 23 de fevereiro de 2021 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Já vai tempo que Apucarana tenta equalizar ações de proteção e convivência social com grupos de indígenas espalhados pela cidade. A pandemia os manteve em suas comunidades alguns meses em 2020, mas desde o final do ano passado, eles estão de volta. A Secretaria Municipal de Assistência Social tem monitorado cerca de uma centena deles e identificou que há várias famílias que vieram de Ortigueira, Tamarana e Grandes Rios. 

“Alguns estão convivendo em barracas numa mesma área que os ciganos, outros estão na região do Parque Japira”, diz a secretária da pasta, Ana Paula Nazarko.
A localidade que fica no Jardim América foi inclusive doada para a Fundação Nacional do Índio (Funai) e é onde ficam os maiores agrupamentos durante períodos de passagem pela cidade.
“Eu estive pessoalmente com a equipe no local e os avisamos que como estão na cidade, devem seguir as mesmas regras que seguimos, como por exemplo ‘as crianças não podem pedir esmolas – se forem pedir devem ser os adultos -’, ou mesmo andar descalços”, explica. Contudo, basta circular pela cidade para observar crianças indígenas em meio aos carros pedindo dinheiro. 
Para a Assistência Social, a pandemia estendeu a permanência dos indígenas nas ruas e os riscos que correm tem mantido as equipes em alerta. “Às vezes eles não se entendem entre os grupos, falam pouco sobre os problemas e dificultam a abordagem social. Mas acompanhamos as famílias com a doação de cestas básicas e máscaras”, pontua.
O maior desafio do município é a conscientização da população em geral a não doar. “O apucaranense doa desde roupas – que eles não vão usar – até utensílios, como fogões e geladeiras - que eles também não têm o hábito de usar em passagem”, explica Nazarko.
O trabalho com as famílias envolve também as secretarias do Meio Ambiente e Saúde. “Levamos o pessoal para explicar como podem se manter de forma saudável e até os agentes do canil que atendem os animais de estimação que ficam doentes com eles”, enfatiza.
A secretária ressalta que o município tentou promover uma reunião entre a Funai e os caciques dessas aldeias com a assistência social para debater os problemas, no entanto o encontro não foi possível. “A Funai em Londrina informou que não tinha meios disponíveis para locomoção de pessoal para a realização da reunião”, cita.
A reportagem tentou contato por telefone e e-mail com o escritório regional da Funai, mas não houve resposta por parte do órgão em Londrina.