OPINIÃO

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Administração pública inovadora

Por Alexandre Lima, administrador

| Edição de 15 de maio de 2019 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Dois termos que não têm o hábito andarem juntos são Inovação e Setor Público. Raras vezes aparecem em conjunto e quando o são, normalmente, vem com uma carga de negativismo pela descrença no Estado. Uma boa parcela da população perdeu sua fé no Estado com o decorrer dos anos principalmente pelo que aconteceu no meio político/setor público: projetos e ações que, ao invés de levarem o país para frente, acabaram o atrapalhando.

Mas sim, é possível e fundamental o setor público andar de mãos dadas com a inovação. Há uma tendência chamada de “coprodução”, que pode resgatar a confiança da população no serviço público por meio de uma colaboração entre os dois e, a partir disso, criar estabilidade necessária para o Estado.
Em alguns países desenvolvidos, como Suíça, Países Baixos, Suécia e Reino Unido, é comum os cidadãos serem colaboradores ativos em projetos do governo. Um exemplo de coprodução já ocorre em São Paulo: a iniciativa “Agentes de Governo Aberto” funciona colocando cidadãos para ministrarem cursos de governo aberto para funcionários públicos. A iniciativa já capacitou 20,3 mil cidadãos. Outro exemplo é o trabalho que o Parque Tecnológico Itaipu (PTI) e a Associação dos Municípios do Paraná (AMP) estão fazendo através dos cursos de formação continuada, preocupados com esta modernização.
O governo tem que ter o benefício com a troca de ideias, ações e resoluções do setor privado, usando como exemplo e ajudando no desenvolvimento das ações no setor público. Porém, mantendo a linha governamental para que, ao aplicar as técnicas privadas, não ocorra nenhum resultado indesejado ou uma cópia artificial do que poderia funcionar e falhou ao ser mal executado no âmbito público.
Combinar compras públicas, investimentos em tecnologia, ciência e informação, e introduzir na rotina do serviço público a colaboração de ações de equipes interdisciplinares são estratégias para a iniciação de soluções inovadoras.
Erros são inevitáveis quando uma determinada ação não é totalmente estudada e testada antes de colocá-la em prática. Por isso, é de extrema importância que o colaborador público esteja aberto e tentado a participar ativamente de criação de ideias e abordagens para cada pequeno setor da administração pública. Testar é fundamental.
Nesse quesito, os laboratórios de inovação são a tendência ao testar e validar novas ideias em escalas gerenciáveis antes de torná-las uma medida de grande escala, trazendo os líderes de colaboração pública para trabalhar com pessoas de fora do governo, investigando e experimentando as soluções inovadoras no âmbito público.
Há um longo processo para trazer a inovação para a administração pública, mas também há meios para facilitar a implantação das medidas, o que só trará benefícios para o país. Acabar com o pensamento de que o governo só pode andar pela mesma e velha ideia de sempre e trazer tecnologia para todos os setores fará a diferença. Um país em expansão tem que estar aberto a novas ideias e colaborações, sempre mantendo o foco no bem maior: uma sociedade mais desenvolvida e justa.