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Ansiedade infantil cresce na pandemia

DA REDAÇÃO

| Edição de 13 de novembro de 2020 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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A pandemia do novo coronavírus trouxe a ansiedade para a vida de milhares de pessoas. São idosos, adultos e crianças sofrendo em casa, com medo das consequências da Covid-19 e fartas das mudanças que pandemia trouxe em suas rotinas. Quatro crianças, três de Apucarana e uma de Ivaiporã que não se conhecem, têm em comum a busca por uma ajuda especializada para enfrentar esse momento.

Maria Andreola de 52 anos e a filha Ana Flávia Simões de 11, moram em Ivaiporã. Elas ficaram vinte e um dias se vendo apenas de longe. A mãe precisou interromper o isolamento para voltar a trabalhar. Com medo de contrair a doença e passar para a filha e para os avôs, ela adotou o isolamento como medida de segurança, o distanciamento. A situação gerou grandes crises na garota.
“A pandemia me trouxe um sentimento muito diferente. Me afastei dos colegas, não pude ficar com meu pai. Minha mãe chegava eu fica longe, teve um tempo que ela começou a trabalhar fora e eu fiquei na casa dos meus avós. Foi muito difícil ficar longe. Difícil também foi ficar longe dos meus amigos, sinto muita falta desse contato físico. Eu ainda tenho asma e convivo muito com os meus avós, então tive muito medo da minha mãe trazer o covid para casa. Eu fiquei muito ansiosa, não sabia o que ia acontecer”, relata Ana Flávia.
Maria conta que, assim como a filha também ficou ansiosa. “Tive que procurar ajuda psicológica também. Nunca ficamos um período tão grande longe uma da outra. Eu tive muito medo de trazer o vírus para casa. Agora chego em casa, nada de abraço antes do banho”, disse a mãe.

ACOMPANHAMENTO
Kelly Cristina Miquellão também levou o neto, Estavan Miquellão de oito anos, para receber acompanhamento psicológico. O menino começou a demonstrar ansiedade por estar em isolamento. “Ele nunca foi uma criança de dar trabalho, mas com a pandemia, ficando isolado, ele chorava, reclamava. Começou a ter crises de ansiedade e vi que ele precisava de uma ajuda, estou tentando fazer o que eu posso, estamos caminhando ao ar livre e ele se abriu muito para a psicóloga”, detalha.