OPINIÃO

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​ Antigo lixão é um alerta para gestão ambiental

Da redação

| Edição de 14 de novembro de 2018 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Encerrado em 2001, após anos de discussão e pressão dos órgãos ambientais e motivo de ação civil pública impetrada pelo Ministério Público, o antigo lixão de Apucarana é um exemplo do longo alcance dos efeitos da má gestão ambiental.

A área, localizada na estrada para o Barreiro, recebeu, sem nenhum tipo de manejo, todos os rejeitos produzidos pela cidade - domésticos e industriais - durante 25 anos.
O local era, na melhor descrição, uma montanha de lixo frequentada diariamente por dezenas de pessoas - incluindo crianças - que garimpavam recicláveis para seu sustento. A área não era cercada, o material era depositado sem nenhum tipo de controle e a poucos metros da Bacia do Pirapó;
A instalação do aterro sanitário resolveu parte do problema da destinação, mas o passivo ambiental criado por toneladas de resíduos está longe de ser mitigado.
Mesmo desativado, o antigo lixão continuou sendo, por anos e várias gestões, alvo de polêmica, novos termos de ajuste de conduta e medidas judiciais para que fossem tomadas as medidas de reparação do dano causado. 
A recuperação da área custou aos cofres públicos. Iniciadas em 2004, as obras de mitigação tinham custado, até 2012, quando entraram na fase final, mais de R$ 1,5 milhão. Quatro mil caminhões de terra foram levados para área, que foi resolvida, teve que receber canalização para evitar contaminação de chorume e liberação de gás.
Hoje, o local não recebe mais lixo, está cercado e coberto por vegetação, contudo, se tornou uma área totalmente ociosa. Por conta da degradação, o terreno não serve para cultivo e nem pode ser usado para edificações.
A situação do antigo lixão é um alerta para o futuro. Ainda que os aterros reduzam o impacto causado no solo por conta do sistema de gestão e também pela impermeabilização do solo, as áreas ocupadas para descarte dos rejeitos são um passivo a ser resolvido em breve. Em termos de gestão, é muito mais barato ampliar o tempo de vida do aterro, reduzindo o passivo ambiental. Para isso, é preciso fortalecer o sistema de coleta seletiva, apostar em programas de aproveitamento de material orgânico e conscientizar a população a respeito do seu papel no processo, do consumo às etapas de separação. Reduzir a quantidade de rejeitos nos aterros é uma economia para o futuro.