OPINIÃO

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Apesar da crise política, voto ainda é o caminho

Da Redação

| Edição de 20 de março de 2018 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Uma pesquisa divulgada na semana passada mostra que uma grande parte da população brasileira está desanimada com as eleições deste ano. De acordo com o levantamento, encomendado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), 44% dos entrevistados se dizem pessimistas em relação à votação de outubro. Os que se dizem otimistas são apenas 20%. Outros 23% não estão nem otimistas nem pessimistas com o processo eleitoral e 13% não sabem nem o que dizer sobre o assunto. 

Praticamente metade da população (48%) não manifesta preferência ou simpatia por nenhum partido específico e 72% concordam totalmente ou em parte que votam no candidato que gostam, sem levar em conta o partido em que ele esteja.
De acordo com o levantamento, entre as características mais mencionadas pelos brasileiros como muito importantes para um candidato à Presidência da República, destacam-se as seguintes: ser honesto e não mentir em campanha eleitoral (87%), nunca ter se envolvido em casos de corrupção (84%) e transmitir confiança (82%).
É fato que muitos brasileiros estão desacreditados. Não poderia ser diferente após os sucessivos escândalos de corrupção no país. A Operação Lava Jato expôs o que ocorria no submundo de Brasília. Bilhões de reais foram desviados dos cofres públicos em estatais federais, principalmente a Petrobras. A corrupção era comandada por diretores nomeados pela Presidência da República e mantidos por um sistema de fraudes e irregularidades que envolviam deputados, senadores, governadores, prefeitos e políticos do alto escalão federal. 
Além da corrupção, a rivalidade política também está afastando os eleitores. A maioria não fica confortável nessa divisão entre petralhas x coxinhas e esquerda x direita que se instalou no país. Muitos eleitores querem fugir desse clima de ódio instalado nas redes sociais, mas que também alcança as relações diárias das pessoas. 
Como não se enojar, por exemplo, com o ódio destilado contra a vereadora Marielle Franco (PSOL), executada em uma emboscada no Rio de Janeiro. Muitas pessoas estão proliferando notícias falsas (fake news) contra a vereadora, num total desrespeito à família da vítima e também uma completa ignorância sobre o trabalho que ela desempenhava. O significado da expressão “direitos humanos” está sendo deturpado. 
Por isso, muitas pessoas estão pessimistas e descrentes com a eleição de outubro. No entanto, esse não é o caminho. O voto ainda é fundamental para mudar a realidade. É preciso escolher os nossos representantes com muito cuidado e muita análise. É indiscutível o sentimento de frustração diante de tanta corrupção e tanto ódio político, mas é fundamental ser atuante e votar com consciência nesta e em todas eleições.