OPINIÃO

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Apucarana 76 anos

Por dom Carlos José de Oliveira, bispo da diocese de Apucarana

| Edição de 28 de janeiro de 2020 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Lemos no Evangelho de São Mateus: “Jesus deixou Nazaré e foi morar em Cafarnaum, que fica às margens do mar da Galileia, no território de Zabulon e Neftali, para se cumprir o que foi dito pelo profeta Isaías: ‘Terra de Zabulon, terra de Neftali, caminho do mar, região do outro lado do rio Jordão, Galileia dos pagãos! O povo que vivia nas trevas viu uma grande luz, e para os que viviam na região escura da morte brilhou uma luz’. Daí em diante Jesus começou a pregar dizendo: ‘Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo’”.

Jesus percorria as cidades a partir de Cafarnaum, que se tornou a sua cidade. De fato o ministério público de Jesus acontece nas cidades. O cristianismo é inicialmente urbano. A cidade é importante na história da humanidade. O homem deixa de ser nômade e se fixa em um lugar. Daí nascem os primeiros aglomerados. Historiadores dizem que isso aconteceu a cerca de 12.500 anos atrás.
Jesus sai da pequena Nazaré e vai para Cafarnaum, cidade importante na época, as margens do mar da Galileia, na verdade o grande lago da Galileia. Em Cafarnaum acontecem fatos importantíssimos com Jesus: o chamado de Pedro, André, Tiago e João enquanto se afadigavam entre barcos e redes; a vocação de Mateus quando trabalhava na coletoria de impostos e, depois, a festa em sua casa, com outros publicanos; a expulsão de um espírito impuro, que possuía um homem; as curas do servo do centurião, da sogra de Pedro, do paralítico que os amigos descem através do teto, da hemorroíssa, do homem da mão paralisada; a ressurreição da filha de Jairo; o pagamento do tributo do templo com a moeda encontrada na boca de um peixe e o discurso do pão da vida, sobre a eucaristia.
Desta forma podemos afirmar: Deus habita nossas cidades, Deus habita a nossa cidade.
No texto de Mateus que relata a mudança de Jesus para Cafarnaum afirma que a cidade foi inundada pela Luz Divina: “O povo que vivia nas trevas viu uma grande luz”.
Celebrando os 76 anos da querida cidade de Apucarana, recordamos um pouco a sua história a partir deste evangelho. Assim podemos nos recordar que Apucarana viu seus primeiros raios de luz em 1934 quando foi projetada pela companhia de terras norte do Paraná.
Viu raios de luz quando os primeiros ranchos, primeiros comércios, serrarias aqui se instalaram; quando nasceu o Gera (Grêmio esportivo e recreativo apucaranense). Viu raios de luz na visita do interventor em Julho de 1943. Viu a luz brilhar mais forte na construção da primeira capela de madeira. Viu ainda mais raios de luz na criação da paróquia em 8 de dezembro de 1943, alavancando a desejada emancipação política. 
Finalmente veio a luz em 28 de janeiro de 1944. Assim com alegria comemoramos 76 anos de uma história de sucesso no Norte do Paraná. 
Mas, sabemos como cristãos, que a luz, a mesma luz que invadiu Cafarnaum chegou aqui na verdade em 1937, no dia 8 de dezembro, quando aconteceu a primeira missa nestas terras. A Eucaristia, Luz do Mundo, anunciada em Cafarnaum, brilhou e iluminou Apucarana pela primeira vez e continua iluminando-a até hoje. Naquela data também se contemplou a mística lua, a Virgem Maria, sob o título de Nossa Senhora de Lourdes, que se tornou nossa Padroeira. 
Assim celebrando os 76 anos de Apucarana invocamos as mais copiosas bênçãos de Deus para a nossa brava gente apucaranense.
Que todos, povo e autoridades, possamos juntos buscar o melhor para nossa amada cidade, tendo a certeza de que Deus habita esta cidade!