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APUCARANA ANTES X DEPOIS

CINDY SANTOS APUCARANA

| Edição de 25 de março de 2020 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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A pandemia do novo coronavírus mudou o cenário de Apucarana. O centro da cidade que antes vivia lotado de pessoas, estava praticamente vazio na tarde de ontem (24), com uma pequena movimentação de veículos e pedestres. A queda no fluxo de pessoas nas ruas da cidade é um efeito do decreto que determinou o fechamento do comércio por 15 dias a fim de evitar a proliferação do vírus na cidade e entrou em vigor no sábado. 

Nas ruas, a reportagem encontrou apenas trabalhadores em deslocamento. Caso da zeladora Rosinei Aparecida de Souza, de 47 anos. “A gente não tem mais liberdade de sair de casa, porque existe um grande medo de contaminação pelo coronavírus”, comenta.
Ela, que trabalha em uma empresa da área da saúde, afirma que nunca havia passado por uma situação parecida. “Houve a pandemia de H1N1, surto de ebola e é a primeira vez que vejo isso”, afirma. 
A zeladora Luzia Araújo, de 53 anos, também precisa sair de casa para trabalhar e confessa que está com medo, principalmente porque muitas pessoas não estão levando a situação a sério, principalmente os idosos. “Essas pessoas não entendem que devem ficar em casa. É esquisito tudo fechado na cidade. Mas é bom para evitar que o vírus se espalhe”, comenta. 
Luzia tem três filhos que trabalham na Polícia Militar (PM) em São Paulo, capital, e acompanha a situação de longe. Até a tarde de ontem eram 40 mortes por coronavírus e 810 casos confirmados no estado vizinho. “Um dos meus filhos está tranquilo, mas o outro está desesperado. Lá não tem álcool gel, não tem luvas, máscaras. Aqui em Apucarana está tranquilo, não temos nenhum caso confirmado”, comenta. 
Proprietária de uma autoescola, Elizabete Lopes precisou sair de casa para ir ao banco pagar contas. Ela disse que não conseguiu quitar pelo aplicativo e precisou ir pessoalmente usar o caixa eletrônico. “É bem difícil essa situação. Estou apreensiva e preocupada. Só sai de casa porque precisava mesmo”, comenta.
A representante comercial Fabiana Silva, 34 anos, trabalha em Rolândia, município com 79 casos suspeitos do novo coronavírus. “Eu estou assustada, porque muitas pessoas estão saindo de casa com crianças, usando o ônibus. A população não entende que somente as pessoas que trabalham em serviços essenciais podem sair de casa. Eu mesmo, trabalho em uma empresa do ramo alimentício”, afirma.