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Apucarana deve ganhar Apac neste ano

Renan Vallim

| Edição de 22 de janeiro de 2019 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Apucarana deve ganhar uma Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac) ainda neste ano. De acordo com o juiz da 1ª Vara Criminal de Apucarana, Oswaldo Soares Neto, as conversas entre o Poder Judiciário local e o Governo Estadual, iniciadas no ano passado, já foram retomadas junto ao novo governador. Segundo ele, este é um dos principais focos para 2019.
A Apac é um sistema prisional em que alguns presos selecionados passam a cumprir pena em um ambiente mais humanizado. Com uma rotina rígida de atividades, os recuperandos são responsáveis pelos serviços internos, como limpar o espaço e cozinhar, além de fazerem cursos e estudarem. Eles não utilizam algemas e circulam livremente dentro da unidade, que é administrada pela comunidade. Um passo em falso e eles voltam para o sistema prisional comum, com a superlotação e a insalubridade características.
“As tratativas junto ao Governo do Estado já foram iniciadas. Estamos tendo o apoio dos deputados estaduais eleitos por Apucarana e também do secretário de Saúde, Beto Preto, que é um dos principais entusiastas do projeto desde quando era prefeito da cidade. Temos grande expectativa de que concretizaremos este objetivo ainda em 2019”, destaca o juiz.
Segundo ele, um sistema como a Apac é fundamental para Apucarana. “Devemos não apenas exigir um bom comportamento de quem entra no sistema prisional, mas também oferecer um ambiente propício para que haja uma recuperação. Neste sentido, toda a sociedade se beneficia, e não apenas o recuperando”, afirma.
Oswaldo Soares Neto ainda aponta que há outras alternativas para a Apac na cidade. “Apucarana terá uma Apac ou uma unidade de ressocialização semelhante. Acreditamos na eficácia deste sistema, que já é provada através dos resultados positivos do Patronato. Penso que uma unidade de ressocialização pode ser encarada como uma próxima etapa no sistema do Patronato”.
Uma das referências para Apucarana é a Apac da cidade de Barracão, no sudoeste do estado. A unidade, que completou recentemente cinco anos de existência, conta com um índice de reincidência próximo a zero. Na região, Ivaiporã já conta com uma Apac, com capacidade para 90 pessoas.
De acordo com levantamento do Governo do Estado, no sistema prisional comum, cada preso custa 4 salários mínimos por mês ao Estado e o índice médio de ressocialização é de 14%. Em contrapartida, com o método Apac o custo cai para 1 salário mínimo e o índice sobe para 90%.
Na região, uma unidade da Apac está em processo de instalação em Ivaiporã. O prédio que vai abrigar os presos está sendo finalizado e o convênio com o governo do estado para custeio foi formalizado no final do ano passado.