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Arapongas inova no atendimento a diabéticos

FERNANDA NEME ARAPONGAS

| Edição de 14 de novembro de 2019 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Hoje é o Dia Mundial do Diabetes, uma doença silenciosa que atinge nove milhões de brasileiros – o que equivale a 6,2% da população adulta – segundo a Pesquisa Nacional de Saúde, realizada pelo Ministério da Saúde.  Em Arapongas, desde fevereiro deste ano um projeto piloto para atender os pacientes diabéticos no município. No  “Ambulatório de Diabetes Mellitus”, no Pronto Atendimento 18 Horas do Jardim Petrópolis, a abordagem é multidisciplinar.

O ambulatório foi implantado através de uma parceria da Prefeitura Municipal de Arapongas, Consórcio Intermunicipal de Saúde (Cisvir) e Secretaria Estadual de Saúde do Paraná (Sesa). No local já foram atendidas cerca de 80 pessoas, de 40 a 80 anos. 
Um dos beneficiados é o aposentado Rubens Domingues, 67 anos, que foi diagnosticado por acaso com diabetes há 6 anos após sofrer um acidente. Ele frequenta desde o começo o ambulatório e está feliz com os resultados. “Eu sofri um acidente e acabei fazendo um exame, mas antes de saber que estava doente, nunca senti nada. Agora estou bem e com o diabetes controlado graças aos cuidados da equipe do doutor Régis”, comemora. 
Segundo o endocrinologista Regis Silva, que atende na UBS, o principal foco é o atendimento multidisciplinar aos portadores de diabetes mais críticos. “A gente tem o suporte da nutricionista, farmacêutica, enfermeira, e toda uma equipe especializada. Além disso, quando precisamos de um retorno, eu tenho vaga, diferente de quando participo em outro local que não tem uma área só para a doença. Aqui é um grupo restrito”, comenta. 
No ambulatório, o médico utiliza um método com cores de pastas para incentivar os pacientes. “Muitas vezes, a pessoa tem diabetes e não sabe que tem. E pensei em algo para que o paciente se apegue e fique incentivado. Por isso, estabelecemos pastinhas e cada cor significa se o controle está bom, razoável ou ruim, ou seja, verde, amarela ou vermelha. Essa análise é feita com o exame hemoglobina glicada”, explica. 
Segundo o endocrinologista, o diabetes mellitus e a hipertensão arterial sistêmica são responsáveis pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizações no Sistema Único de Saúde (SUS). A taxa de mortalidade por Diabetes é de 30 óbitos para cada 100 mil habitantes. “A melhor forma é se prevenir e fazer exames com frequência”, ressalta. 
A nutricionista do ambulatório, Fernanda Cristina Carrasco Bela Brizzi, além de atuar no local, é mãe de Enzo, diagnosticado com diabetes do tipo 1, com 1 ano e 11 meses. “Fui estudar nutrição para ajudar o Enzo e muitas famílias tem pessoas com esse tipo da doença”, explica.
Fernanda diz que o trabalho em equipe vem colhendo bons frutos. “Os pacientes chegam e perguntam que tipo de alimentos causam diabetes. Aqui conseguimos desmitificar essa dúvida frequente, já que é possível comer de tudo, mas em uma quantidade certa”, esclarece a nutricionista.