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​Araponguenses questionam alta na conta d’água

Aline Andrade

| Edição de 11 de outubro de 2019 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Centenas de moradores de Arapongas estão usando as redes sociais nas últimas semanas para denunciar problemas com as contas de água na cidade. Os consumidores afirmam que os valores pagos dobraram após a Sanepar realizar a troca dos hidrômetros das residências. Empresa garante que o procedimento é legal e ocorre dentro da normalidade. 

O motorista Alexandre Alves tomou um susto quando recebeu a conta deste mês com quase o dobro do valor. Ele é morador do Jardim Baronesa e conta que o hidrômetro foi trocado sem seu consentimento há cerca de um mês e meio, e de lá para cá, o valor cobrado só tem aumentado. “Minha média de consumo era de R$70 no máximo. Esse mês a conta veio R$136 sendo que nossa rotina continua a mesma. Fazemos economia e utilizamos a água do enxágue da máquina de lavar para limpar o quintal. Não entendo”, disse. 
Alves conta que assim que houve a troca, surgiu a desconfiança de vazamento. “A gente fechava o registro e o relógio da água não parava de girar. Contratei um encanador e, mesmo sem ter condições, quebrei toda minha calçada a procura do vazamento e troquei todo o encanamento por novo. A surpresa é que mesmo com tudo novo, quando fecho o registro, meu relógio continua a girar”, explicou. 
O morador afirma que procurou a Sanepar para reclamar. A estatal abriu um pedido de aferição do hidrômetro para saber se há mau funcionamento, no valor de R$ 48. “Além de tudo o que já gastei, vou precisar pagar mais esse valor para eles virem aqui me dizer se tem problema nesse relógio. E se eles disserem que está tudo certo e continuar me cobrando essa conta absurda? O que eu vou fazer? ”, questiona. 
Ainda em Arapongas, uma vendedora autônoma que prefere não se identificar, está passando pelo mesmo problema. Ela mora no Jardim Coroados e conta que há 20 dias, funcionários da Sanepar realizaram a troca do hidrômetro. A fatura que chegou dia 04 já apresentou aumento. “Minha conta nunca passou de R$ 170 e esse mês veio R$ 222. Eu fui na Sanepar para reclamar e me disseram que a pessoa responsável não estaria presente para me atender e que muitas pessoas estariam fazendo a mesma reclamação”, contou. 

OUTRO LADO
Questionada pela reportagem, a assessoria da Sanepar divulgou uma nota, onde afirma que todos os hidrômetros utilizados são certificados pelo Inmetro e que são trocados, em média, 800 equipamentos em Arapongas todos os meses. A troca preventiva é feita por recomendação do próprio Inmetro em razão do desgaste das peças dos medidores, o que compromete a medição correta do volume de água que foi gasto no imóvel. 
A nota da estatal afirma ainda que “ é comum ocorrer alteração no volume de água medido quando o equipamento é substituído, uma vez que o antigo poderia estar marcando a menos a passagem de água. Com a troca também fica mais evidente a incidência de vazamentos internos dos imóveis. É nessa hora que os clientes precisam ficar atentos e corrigir os eventuais problemas internos. Os aumentos de consumo também podem estar relacionados a mudanças nas rotinas dos moradores, estiagem prolongada ou aumento nas temperaturas, como o que vem ocorrendo em toda a região nestas últimas semanas”. 

Procon orienta consumidores
Paulo Sérgio Camparoto, coordenador do Procon de Arapongas, afirma que ocasionalmente tem atendido algumas situações que envolvem aumentos nas contas de água, mas, na maioria dos casos, os consumidores não chegam a abrir reclamação. “Orientamos para que, nos casos em que o consumidor se sentir lesado, que procure o Procon para registrar o problema. Em alguns casos, quando o consumo aparece muito acima do normal, abrimos um processo no juizado especial”, explica. 
O coordenador do Procon de Apucarana, José Carlos Balan, afirma que a situação se repete no município. “Recebemos no Procon de Apucarana uma média de 20 reclamações por mês em relação às contas da Sanepar. Sempre que necessário, abrimos procedimento e encaminhamos para a empresa. Temos resultados de pessoas que tiveram a reemissão de suas faturas, mas cada caso precisa ser analisado”, afirma.