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Araponguenses restauram capela em nome da fé

Vanuza Borges

| Edição de 21 de janeiro de 2017 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Preservar uma capelinha de madeira da década de 1950. Essa é a missão dos moradores e pioneiros do KM 12, na área rural de Arapongas, às margens da PR-444, em parceria com lideranças religiosas do município. O anseio pela restauração da Capela São José surgiu dos próprios moradores, que têm o local como referência de fé e religiosidade há quase setenta anos. A construção também simboliza uma época: a colonização agrícola da região norte do Paraná. A obra de restauração custou cerca de R$ 21 mil. 

Imagem ilustrativa da imagem Araponguenses restauram capela em nome da fé

O ministro de eucaristia Antônio Lúcio Nonis, 65 anos, da Paróquia Santíssima Trindade e Santuário Divino Pai Eterno, que atende a comunidade rural há anos com a esposa Leonice, revela que o desejo de restauração da capela tomou forma no início do ano passado. Atualmente, a comunidade rural é o endereço de trinta e nove famílias. Cenário bem diferente da década de 1950, quando cerca de 300 famílias moravam na localidade. “Percebemos esse anseio da comunidade, que estava preocupada com a estrutura da capela, que não passava por uma reforma há anos”, comenta.
Diante dessa preocupação, Antônio Lúcio, com o auxílio dos ministros Antenor Molinari e Humberto Evaristo, também da Paróquia Santíssima Trindade, deu início a campanha. O objetivo era arrecadar cerca de R$ 20 mil, para dar início aos trabalhos de restauração. “Foi difícil conseguir esse valor, mas contamos com doações de empresários e de pessoas que, apesar de não morarem na comunidade, têm propriedades nesta região”, detalha.
Os moradores locais, segundo o ministro de eucaristia, colaboraram com aproximadamente 30% do valor total da obra, que é de R$ 21 mil. Com o dinheiro em mãos, depois de dez meses de campanha, foi dado início às obras. “A restauração começou em outubro e terminou em dezembro. Fizemos questão de manter as características originais da capela, como a cor azul na parte externa e palha nas paredes internas”, revela.

A CAPELA
O local, observa Antônio Lúcio, é conhecido como “Igrejinha Azul do KM 12”. Este foi mais um motivo, além da orientação da Diocese de Apucarana, para manter as características da construção, que tem traços da colonização europeia. A capela, que foi toda construída em peroba rosa, teve algumas tábuas substituídas pela mesma madeira.
Já a escadaria ficou com aparência ficou um pouco diferente da original. Uma das explicações é o uso atual de areia lavada, porém o acabamento ainda não foi decidido. “Estamos seguindo as orientações do padre João Ozório de Oliveira, que é muito criterioso. E claro, a comunidade local também tem participado ativamente das decisões”, garante.
O ministro de eucaristia avalia que as melhorias são essenciais para a vivência religiosa da comunidade. “A Capela São José tem missa uma vez por mês e celebração a cada quinze dias”, afirma. E sempre tem a presença dos moradores. “Depois das obras que fizemos, dois casais já entraram em contato para casarem aqui”, revela. As imagens e os elementos sacros foram recolocados na capela anteontem por moradores, que são os responsáveis pela manutenção do lugar.
O próximo projeto, segundo Antônio Lúcio é a construção de um alambrado, para cercar a capelinha. “Também estamos pensando em um projeto de jardinagem”, comenta.