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Aras diz que Lava Jato tem ‘caixa de segredos’

DA REDAÇÃO

| Edição de 30 de julho de 2020 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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O Procurador-Geral da República, Augusto Aras, afirmou que “é hora de corrigir os rumos para que o lavajatismo não perdure”. Segundo o chefe do Ministério Público Federal, tal “correção de desvios”, no entanto, não significa redução do empenho no combate à corrupção.

“Espero que o enfrentamento à macrocriminalidade, especialmente naquela corrupção relativa a grandes capitais continue a se fazer do mesmo modo, mas no universo dos limites da Constituição e das leis. O lavajatismo há de passar”, afirmou em ‘live’ do Grupo Prerrogativas, na noite de anteontem.
Aras indicou que a Lava Jato teve um papel relevante, mas, segundo ele, “deu lugar a uma hipertrofia”. O PGR sinalizou ainda que gostaria de pensar “em corrigir rumos, não no que de desviante possa ter ocorrido”. “Não podemos gerir o Ministério Público para trás, mas para frente”, disse.
O procurador-geral também comentou sobre o pedido de acesso ao banco de dados conservado pela força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, afirmando que o mesmo é resultado da busca por transparência no Ministério Público Federal. Na avaliação do chefe do Ministério Público Federal, os dados obtidos por promotores e procuradores não podem servir a “propósitos antirrepublicanos” e que “não se pode imaginar que uma unidade institucional se faça com segredos, com caixas de segredos”.
O acesso aos dados das forças-tarefa da Lava Jato no Paraná, em São Paulo e no Rio levou a um choque entre procuradores federais e a cúpula da PGR. Em outra linha, a Procuradoria-Geral da República propôs a criação da Unidade Nacional Anticorrupção (Unac) no MPF, o que centralizaria em Brasília o controle de operações e passaria a administração das bases de dados das forças-tarefa para uma secretaria ligada à Procuradoria.

APOIO
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), legitimou a iniciativa do Procurador-Geral da República Augusto Aras de fazer críticas à Lava Jato. “Acho que o procurador tem muito mais informações do que nós temos para fazer a crítica e o alerta”, disse Maia. 
Ele não quis comentar sobre casos específicos, mas disse que há excessos em algumas situações. “Es tá se fazendo buscas e apreensões de coisas de 2010 em 2020. Coisas que geram apenas constrangimento, na linha até do que o doutor Aras falou de criar uma criminalização generalizada da política, tirar as condições da política e do próprio Supremo”, disse.