OPINIÃO

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As ‘fintechs’ e a revolução digital

​ Por Felipe Saconato Aoki, gestor empresarial e consultor de startups

| Edição de 18 de janeiro de 2020 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Por muitos anos, era um sinal de sucesso chegar ao banco, ser atendido diretamente pelo gerente, em uma sala com água, café, sofás e ar condicionado. Os bancos concorriam pelos melhores clientes, com pretos cartões magníficos, limites que tocavam os céus, ingressos para eventos exclusivos e tudo mais.

Nos últimos anos a situação se inverteu. Os bancos hoje funcionam de maneira praticamente autônoma de mão de obra, e os bancários, antigamente bem vestidos e apresentáveis- que desfilavam pelas agências no país todo- foram trocados pelos engenheiros e profissionais de TI que hoje andam de sapatênis e camisa pela Faria Lima e arredores. 
Pela primeira vez na história do Brasil, uma fintech, que se converteu em um banco, com uma atuação exclusivamente digital, ultrapassou o grande e histórico Itaú. Segundo dados do Banco Central, hoje o NuBank só está atrás do Banco do Brasil, que ainda conta com presença absoluta na região norte, e tem ao seu lado gerir a mastodôntica folha de pagamento do funcionalismo federal. O mais que tradicional banco laranja, que por muitos anos foi símbolo de status quo e riqueza, foi ultrapassado nos últimos dias pelo moderno roxinho, como assim mesmo se autodenominam. 
Esta mistura das cores, mostra que as instituições tecnológicas vieram para ficar. A vitória do NU é ainda mais esmagadora quando considerada a população jovem, e do Sul e Sudeste do Brasil. Ou seja, os jovens que estão no eixo tecnológico financeiro do país, querem cada vez menos agencias e mais resoluções via app. 
Uma das características do banco digital é a igualdade que dá entre os clientes e a simplificação das coisas. Se antes os bancos ofereciam dezenas de cartões, que formavam um arco íris, de acordo com a faixa de renda, para agora só há um tipo. Independente de quem você seja, recebe um cartão roxo. Do zelador ao presidente da empresa, todos são tratados de maneira igual. 
É a criação deste sentimento de pertencimento que faz os usuários se verem cada vez menos como clientes e mais como parceiros. A forte interação nas redes sociais, aliadas sempre ao bom humor, caracteriza esse grupo de empresas. E os usuários cada vez mais gostam. Em vez de um 0800 chato e maçante, agora você faz uma reclamação com um post no Twitter e já entram em contato com você. Simples assim. 
Com transparência, atenção ao cliente, desburocratização e simplicidade, as fintechs vão dominando o mercado. Porque no fundo, esta é a essência das start-ups. Simplificas as atividades demoradas e burocráticas, para que você invista com qualidade o maior bem existente: o tempo!