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Assentamento cria nova agroindústria

Renan Vallim

| Edição de 24 de março de 2019 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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O Assentamento Dorcelina Folador, em Arapongas, comemorou 20 anos de existência nesta semana. Exemplo bem-sucedido de organização comunitária criada pelo Movimento dos Sem-Terra (MST), o assentamento marcou a celebração de duas décadas lançando uma nova agroindústria, voltada para o beneficiamento de frutas, verduras e legumes. Esta é a segunda agroindústria criada no local.

De acordo com Silvino Aurélio de Oliveira, coordenador do cultivo de hortifrúti que é realizado no assentamento, os investimentos para a criação desta nova agroindústria são da ordem de R$ 300 mil, partindo dos próprios assentados. “Com este dinheiro, fomos capazes de construir o prédio para abrigar a agroindústria e também fazer a instalação dos equipamentos para beneficiar os produtos que cultivamos”, destaca.
Já a aquisição dos equipamentos, que são responsáveis por automatizar serviços como descascamento, separação, seleção e embalo a vácuo, foi feita através de verbas do Governo Estadual. “Tivemos o apoio do Programa Mais Renda no Campo, da Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento (Seab), que existe para incentivar a agricultura familiar. Estamos muito felizes, pois esta nova agroindústria irá beneficiar muitas famílias aqui do assentamento, agregando valor aos produtos e gerando mais renda”, afirma Silvino.
Apesar de já estar instalada, a agroindústria de hortifrúti ainda não está funcionando plenamente. “Por enquanto, estamos fazendo apenas testes, para consumo interno. Isto acontece porque os trâmites burocráticos de licenças sanitárias ainda não foram finalizados. Acreditamos que, no início de maio, iremos começar a produzir para fora”, afirma Silvino. A produção mensal do assentamento fica em torno de 40 toneladas.

Imagem ilustrativa da imagem Assentamento cria nova agroindústria


O assentamento Dorcelina Folador leva o nome da ex-prefeita de Mundo Novo (MS), de origem sem-terra, que foi assassinada com seis tiros pelas costas em 1999, enquanto exercia o mandato. Instalada na região Sul de Arapongas há 20 anos, a comunidade de trabalhadores rurais sem-terra tem 775 hectares de área total, abrigando em torno de 90 famílias filiadas ao Movimento dos Sem-Terra (MST), totalizando cerca de 500 pessoas.
O assentamento é tido como modelo nacional em sistema de gerenciamento, baseado em núcleos de famílias. A ocupação do local aconteceu em 1999, onde era antigamente a Fazenda São Carlos. Na época, os proprietários sofriam um processo que previa o confisco em leilão pelo Banco do Brasil, em troca de uma dívida de quase treze milhões de reais. O banco confiscou a fazenda, que passou a pertencer à União e ficou passível de reforma agrária.