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Ataque em escola deixa rastro de 10 mortes

FOLHAPRESS

| Edição de 14 de março de 2019 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Um homem e um adolescente mataram ao menos oito pessoas e feriram outras dez em um ataque a tiros na escola estadual Professor Raul Brasil em Suzano, na região metropolitana de São Paulo, na manhã de ontem. As vítimas são cinco alunos, duas funcionárias e um empresário, tio de um dos assassinos. Os atiradores são ex-alunos da instituição e também se mataram. Até a noite de ontem, nove pessoas feridas no atentado permaneciam hospitalizadas, duas em estado grave.

As duas funcionárias foram identificadas como Eliana Regina de Oliveira Xavier, agente de organização escolar, e Marilena Ferreira Umezu, 59, coordenadora pedagógica. Quatro alunos morreram no local (Pablo Henrique Rodrigues, Cleiton Antônio Ribeiro, Caio Oliveira e Samuel Melquíades Silva de Oliveira) e um quinto, Douglas Murilo Celestino, morreu enquanto era levado ao hospital.
O dono da locadora de carros Jorginho Veículos é Jorge Antônio Moraes, que chegou a ser hospitalizado, mas não resistiu. Ele era tio de Guilherme Taucci Monteiro, 17 anos. O adolescente invadiu a escola na companhia de Luiz Henrique de Castro, 25 anos.
Os disparos começaram por volta de 9h, quando  e Guilherme Taucci Monteiro, 17, foram até a locadora, atiraram no empresário e roubaram um carro. Eles chegaram na escola cerca de meia hora depois. A dupla levava um revólver calibre 38 - que estava com Guilherme Taucci Monteiro - quatro carregadores, uma besta (espécie arma medieval que dispara flechas), machados, uma caixa que aparentava ser de explosivos e garrafas montadas como coquetéis molotov.
Ataque ocorreu durante o intervalo e havia vários alunos no pátio. Houve tumulto, correria e estudantes se escondendo e pulando muros. Os policiais chegaram cerca de oito minutos depois do início do tiroteio. 
No momento em que viram policiais se aproximarem, eles se mataram. Segundo a polícia de São Paulo, Guilherme Taucci Monteiro matou Luiz Henrique de Castro e depois se suicidou. 
Feridos foram encaminhados para vários hospitais de São Paulo. Até o início da noite de ontem, havia informações que nove pessoas permaneciam hospitalizadas com ferimentos de arma de fogo e arma branca. Alguns estudantes foram feridos a machadadas.
O governador João Doria (PSDB) cancelou sua agenda para o resto do dia foi para Suzano para acompanhar de perto o ocorrido. "Estou muito impactado com o que eu vi aqui nesta escola, é uma cena muito triste. A mais triste que vi em toda minha vida. São adolescentes que foram brutalmente assassinados. Aos pais de vítimas e aos feridos, nossa solidariedade", afirmou Doria, que decretou luto oficial de três dias no estado. Várias autoridades comentaram a tragédia ontem.  
As aulas na cidade foram suspensas após a tragédia. Segundo Leandro Bassini, secretário municipal de Educação, toda a rede ficará envolvida no velório das vítimas hoje. Um velório coletivo será realizado em um ginásio de esportes. 
Para a polícia, a motivação para o massacra ainda é incerta.  Parte da ação dos criminosos foi filmada por câmeras de segurança, que captaram o desespero dos estudantes. Ontem à noite, moradores de Suzano depositaram flores e rezaram em frente à escola.