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Banalização da violência preocupa toda sociedade

Da Redação

| Edição de 17 de maio de 2017 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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A população de São João do Ivaí ainda está chocada com o assassinato de Vanessa Formentini, de 26 anos, no último sábado. A jovem foi morta dentro de casa, quando saía para trabalhar no mercado da família. O autor do crime foi preso na segunda-feira. É um rapaz de 19 anos. Cleiton de Souza Gomes trabalhava em uma oficina mecânica na rua da casa de Vanessa. À Polícia Civil, ele disse que invadiu a residência para furtar o carro da vítima e não sabia que ela estava no local. Reconhecido por Vanessa, ele decidiu matá-la. A banalização da violência é assustadora. Uma jovem, com toda a vida pela frente, teve seu futuro interrompido por um ato brutal de um outro jovem, que precisa ser punido com rigor. 

Casos como esse registrado em São João do Ivaí, infelizmente, não são raros no Brasil. O cenário é de guerra. Entre 2011 e 2015, por exemplo, o Brasil registrou mais mortes violentas do que a Síria, país em guerra, em igual período. Os dados são do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Foram 278.839 ocorrências de homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e mortes decorrentes de intervenção policial no Brasil, de janeiro de 2011 a dezembro de 2015, frente a 256.124 mortes violentas na Síria, entre março de 2011 a dezembro de 2015, de acordo com o Observatório de Direitos Humanos da Síria.

A tragédia da violência é praticamente diária no Brasil. A insegurança atinge a população em todos os confins e não está mais restrita a grandes centros. Em Apucarana, foram dois latrocínios (roubos seguidos de morte) na semana passada. São trabalhadores vítimas de assaltantes armados, muitos menores de idade. É preciso buscar alternativas para conter essa “epidemia”. O nosso índice de mortes é absurdo. Estamos em guerra e só percebemos quando essa violência atinge nossos amigos ou familiares. 

Das 58.383 mortes violentas no Brasil em 2015, 52.570 foram causadas por homicídios, 2.307 por latrocínios, 761 por lesão corporal seguida de morte e 3.345 por intervenção policial. São números estarrecedores, que exigem um debate nacional sobre o assunto. Até quando vamos tolerar esse cenário de guerra? Até quando vamos enterrar jovens vítimas da criminalidade, como é o caso de Vanessa Formentini? A população pede agora justiça, que o responsável por essa atrocidade seja condenado, mas também quer segurança, proteção, tranquilidade, o direito de ir e vir sem ter medo de um assalto a qualquer momento. Chega de tanta violência.