POLÍTICA

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Bolsonaro promete governar para todos

Folhapress

| Edição de 10 de dezembro de 2018 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), e seu vice, general Hamilton Mourão (PRTB), foram diplomados, ontem à tarde, em cerimônia no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) conduzida pela presidente da Corte, ministra Rosa Weber.

A solenidade foi aberta com o Hino Nacional executado pela Banda dos Fuzileiros Navais. Cerca de 700 pessoas foram convidadas para assistir ao evento, segundo a assessoria do tribunal. 
Logo depois de ter sido diplomado, o presidente eleito, Jair Bolsonaro, fez um discurso conciliatório, no qual pediu o apoio de todos os brasileiros, e exaltou o papel das redes sociais no processo eleitoral deste ano.
“Vivenciamos um novo tempo, as eleições de outubro revelaram uma nova prática. O poder popular não precisa mais de intermediação”, afirmou.
Eleito com forte presença nas redes sociais e com pouco tempo de televisão, Bolsonaro exaltou o papel da internet na corrida presidencial afirmando que “as novas tecnologias permitiram uma nova relação entre eleitor e seu representante”.
O presidente eleito chegou ao plenário do TSE ovacionado e cumprimentou os convidados com um sinal de continência, que foi respondido com gritos de ‘mito’.
Em discurso de dez minutos, fez acenos à classe política, cumprimentando o ex-presidente Fernando Collor, presente na cerimônia, e chamando o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de “companheiro”.
Bolsonaro deixou de lado o tom crítico adotado durante a campanha em relação à lisura do processo eleitoral, exaltou o voto popular e a atuação do tribunal.
O eleito agradeceu os 57 milhões de votos obtidos no segundo turno da disputa e pediu apoio dos que não o escolheram para presidente.
“Aos que não me apoiaram, peço a sua confiança para construirmos juntos um futuro melhor para nosso país”, disse.
Ele afirmou ainda que, a partir de 1º de janeiro, será o presidente dos 210 milhões de brasileiros.
“Governarei em benefício de todos, sem distinção de origem social, raça, sexo, cor, idade ou religião”, afirmou Bolsonaro.

DIREITOS HUMANOS
A presidente do TSE, ministra Rosa Weber, defendeu os direitos humanos e as instituições democráticas em seu discurso durante a cerimônia de diplomação do presidente e vice eleitos. “A democracia não se resume a escolhas periódicas por voto secreto e livre de governantes. É também exercício constante de diálogo e de tolerância, de mútua compreensão das diferenças, de sopesamento pacífico de ideias antagônicas, sem que a vontade da maioria busque suprimir ou abafar a opinião dos grupos minoritários e, muito menos, tolher ou comprometer-lhes os direitos constitucionalmente assegurados”, afirmou.
Rosa lembrou que nesta data se comemoram os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que, como ela afirmou, foi promulgada pela terceira Assembleia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948, no pós-guerra, e subscrita pelo Brasil. Para a ministra, refletir sobre o documento não é mero exercício teórico, mas um exercício que se impõe a governantes e governados.
“Nunca nos esqueçamos: os direitos fundamentais da pessoa humana, além de universais, são inexauríveis”, disse Rosa, acrescentando que todos têm “direito à vida, à liberdade, à segurança e o direito a ter direitos”. Bolsonaro já afirmou em algumas ocasiões que o Brasil tem direitos demais.