OPINIÃO

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Botão atinge expectativas, mas não faz milagre

Tribuna do Norte

| Edição de 03 de setembro de 2019 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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É bastante positivo ver que o equipamento eletrônico conhecido popularmente como ‘botão do pânico’ tem cumprido com as expectativas que foram postas à época da apresentação do dispositivo. Apesar de ser um importante avanço para o combate à violência contra a mulher, o aparelho expõe o grande risco que algumas mulheres ainda correm, por conta de companheiros ou ex-companheiros que não as respeitam.

Os equipamentos começaram a ser distribuídos a partir de abril deste ano. Ao todo, 25 mulheres receberam o equipamento, que consiste em um botão que, quando acionado, emite um alerta para a Guarda Municipal de Apucarana. Desta forma, uma equipe de guardas se desloca para o local de onde partiu o alerta para verificar se há algo errado.

Dentre essas mulheres que possuem o aparelho, 10 se viram em uma situação em que julgaram necessária a intervenção da Guarda Municipal, comprovando a necessidade do novo sistema e também sua eficácia, visto que, em três casos, houve a prisão de pessoas. 

É lamentável que ainda precisemos nos preocupar com esse tipo de caso: mulheres que são vítimas de violência vinda justamente de quem elas, um dia, depositaram confiança. De quem se esperava justamente o contrário: zelo.

A iniciativa do Governo do Estado em investir neste tipo de equipamento se mostra acertada, agora com resultados comprovados na prática. Mas, como grande parte das ações policiais, é um paliativo para um grave problema. O ideal era que os casos de violência doméstica não existissem, o que é, em essência, um problema não de segurança pública, mas de educação e cidadania. Se a sociedade não mudar, continuaremos a ver graves crimes acontecendo, com ou sem ‘botão do pânico’.