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Cafeicultura retoma espaço em Ivaiporã

Ivan Maldonado

| Edição de 10 de junho de 2018 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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A história do café em Ivaiporã começou na década de 1950, e foi muito bem explorada até a geada de 1975. Agora a história volta a ser reescrita com os produtores investindo não mais na quantidade, mas na qualidade do produto. 

Imagem ilustrativa da imagem Cafeicultura retoma espaço em Ivaiporã


Exemplo disso, são produtores do distrito do Jacutinga, que nos últimos anos vêm investindo em tecnologia, na renovação e ampliação dos cafezais. Para essa nova fase, eles contam com apoio da Emater através da assistência técnica, e Prefeitura que distribui mudas produzidas em viveiro próprio. Somente nesta semana foram distribuídas 28 mil mudas para 18 produtores rurais.  
Conforme Celso Aparecido Gonçalves vice-presidente da associação dos produtores familiares de Jacutinga, a produção de café de Ivaiporã precisava se adequar à nova realidade. “Nossos cafezais eram antigos e quase não produziam mais. Depois que passamos a renovar as plantas e ter apoio das entidades, a gente teve uma melhora na produção e também na qualidade”, acredita.
Em Ivaiporã, segundo dados da Seab, a produção de café totalizou 720 toneladas em uma área de 500 hectares. Os dados são do relatório de Valor Bruto de Produção de 2016, que destacam que a cultura rendeu mais de R$ 5 milhões.
Nos últimos anos, além de renovar os cafezais, os produtores também receberam foram capacitados. Eles aprenderam técnicas de desbrota e de condução da lavoura em recuperação para que voltasse a atingir o potencial produtivo. “Agora com o revigoramento das lavouras, estamos preparando a primeira Festa do Café. Inclusive, teremos o concurso do café, e os produtores que conseguirem bebida boa, irão também participar pela primeira vez do concurso regional e quem sabe do estadual”, planeja. A 1ª Festa do Café será em Jacutinga, nos dias 27, 28 e 29 de julho, no pátio da Igreja Matriz. 
Conforme o técnico agrícola, Elias Cruz Leão, da secretaria municipal de Agricultura , além do viveiro já instalado no distrito, a Prefeitura também montou outra unidade no antigo IBC. “Agora sim estaremos com a capacidade maior de produção de mudas, num total de 250 mil. A ideia é colocar as sementes para germinar em agosto e a distribuição para o mês de janeiro”, relata. 
Segundo o secretário da agricultura, Adir Salla, o apoio visa resgatar a cafeicultura no município. “Mas numa nova concepção de plantio de café, com variedades apropriadas, e escolhidas tecnicamente. Aqui nós optamos pelo IPR 100, que tem uma resistência muito grande ao dermatoide”. 

SAFRA
A colheita do café já começou na regional da Seab de Ivaiporã e segue a expectativa de boa produção no campo. conforme informações do Departamento de Economia Rural (Deral), da área total de 3,3 mil hectares plantados, os produtores já colheram cerca de 13%. O agrônomo Sérgio Carlos Empinotti, do Deral relata que a média de produção esperada na região é de 1,5 mil quilos por hectare, que corresponde da 25 sacas de 60 quilos. “Porém, quem caprichou no manejo, no tratamento contra pragas e doenças está colhendo bem melhor. Não é à toa, que temos produtores com boa orientação técnica colhendo bem acima dessa média. Até esse momento, a qualidade também é muito boa”, avalia.

Distrito retoma atividade
O incentivo vem fazendo com que alguns pequenos proprietários rurais, principalmente do Jacutinga, pensem em retomar áreas arrendadas para o plantio do café. É o caso de Sergio Siqueira, que possui 2,5 alqueires na localidade de Severiano. 
“Quando eu comprei lá há uns cinco anos tinha um café velho, como não tinha quem cuidasse e não dava nada acabei erradicando e arrendando. Hoje já tenho uma família lá, que vai cuidar para mim. Ali no Severiano (região do Jacutinga) é a terra do café. Uma lavoura de café dá muito mais dinheiro que a soja. Tenho um pedido de 8 mil mudas na prefeitura e pretendo plantar em janeiro”, destaca Siqueira. 
João Amado do Nascimento, não é proprietário rural, porém toca uma lavoura de 3,5 alqueires em porcentagem no distrito de Jacutinga. “Até alguns anos atrás trabalhava por dia, mas estava difícil até para sobreviver. Agora, graças a Deus surgiu essa oportunidade, e estamos indo muito bem. É a única coisa que sei fazer, e se não fosse o café, com certeza já teria ido embora para uma cidade maior”.