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Câncer de próstata fez 170 vítimas na região

ALINE ANDRADE

| Edição de 14 de novembro de 2019 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Dados da 16ª Regional de Saúde (RS) de Apucarana apontam que, nos últimos 5 anos, 170 homens perderam a vida na região por causa do câncer de próstata, 60 deles, em Apucarana. Apenas neste ano, foram 25 óbitos na região, sendo 12 mortes pela doença em Apucarana. 

De acordo com o médico oncologista Cristiano Argenti, o câncer de próstata é o tumor mais comum entre pacientes do sexo masculino. “O tumor na próstata está em primeiro lugar entre os tipos de câncer que mais atinge homens no Brasil. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), no biênio 2018/2019 são esperados mais de 60 mil casos no país”, conta o médico. 
Para o oncologista, o diagnóstico precoce é fundamental para o acesso ao tratamento e cura. “O câncer na próstata é uma doença silenciosa, de difícil diagnóstico quando o homem não realiza exames periódicos. Geralmente, quando algum sintoma aparece, como alguma alteração urinária ou dores no abdômen, a doença já está em estado bastante avançado, por isso, é fundamental realizar os exames precocemente, a partir dos 50 anos”, explica. 
O médico reforça a importância da realização do exame de toque para identificar a doença. “Para identificar a doença, é necessário realizar o exame do toque, aliado ao PSA (exame de sangue), para um diagnóstico preciso. Homens com histórico familiar da doença devem começar a realizar os exames ainda mais cedo, antes dos 50 anos, pois existe um risco maior de desenvolver o câncer”, disse. 
Argenti explica que o tratamento para o tumor de próstata é o que mais evoluiu nos últimos anos, com descobertas de novos medicamentos e cirurgias menos invasivas e menos sequelas. Ele comenta ainda, que existe uma resistência cultural do homem em procurar tratamentos médicos, que deve ser vencida. 
“Não apenas no caso do câncer de próstata, mas o homem geralmente tem mais resistência em procurar acesso a saúde em geral. É preciso vencer esse tabu e preconceitos, realizar exames, procurar ajuda, pois quanto antes o tratamento for iniciado, melhores são os resultados dos tratamentos”, finaliza o médico. 

EXPERIÊNCIA
O representante comercial Edison Proença Carvalho, de 46 anos, passou pela experiência de enfrentar o câncer de próstata. Há dois anos, ele começou a sentir dores e alterações para urinar, e recebeu o diagnóstico. “Fiquei sem chão. Quando se fala de câncer é muito dolorido, só pensei na minha família, tenho 3 filhos”, conta. 
Carvalho nunca havia feito exames que pudessem indicar a doença. O tratamento durou 9 meses, com sessões de quimioterapia, que apresentaram rápido resultado. 
“A doença começou a regredir com o tratamento e não precisei fazer cirurgia. O câncer que havia na próstata foi vencido, mas tive metástase nos ossos, e por esse motivo, ainda faço tratamento com medicamentos. Apesar de toda dificuldade, tenho muita fé. Hoje a doença está controlada”, afirma.