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Carnaval da Nostalgia

Fernanda Neme

| Edição de 10 de fevereiro de 2018 | Atualizado em 10 de fevereiro de 2018
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O Carnaval virou sinônimo de viagem para o litoral ou de descanso para maioria dos apucaranenses. No entanto, nem sempre foi assim. A festa foi tradicional na cidade nas décadas de 60, 70 e 80. Tinha até desfile de escola de samba na Avenida Curitiba e os clubes realizavam bailes concorridos. 
Os carnavalescos apucaranenses levavam tão a sério que as escolas eram compostas por comissão de frente, carro abre-alas, carros alegóricos, mestre-sala e porta-bandeira, princesas e madrinha de bateria. A Avenida Curitiba era tomada pela multidão para acompanhar os desfiles das escolas de samba Águia do Alvorecer, Unidos da Barra Funda e Salário Mínimo, que marcaram época. 
A paixão pelo Carnaval vem de família na casa dos irmãos Djalma Venâncio, 50 anos, o Banha, e Marcel Venâncio, 36, de Apucarana. Eles são filhos de Heitor Venâncio -já falecido-, um dos fundadores da escola Unidos da Barra Funda e irmãos do carnavalesco, Paulo Henrique Venâncio, o Bavária. A agremiação foi criada nos anos 60 e contava com cerca de 800 integrantes, atraindo mais de 20 mil pessoas à Avenida Curitiba. 

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Banha conta que a primeira escola criada em Apucarana foi “Nem Sangue, Nem Areia”, antes da Unidos da Barra Funda. Já na década de 1980, ele explica que surgiu a Salário Mínimo. “Faz 20 anos que a Escola Unidos da Barra Funda terminou, mas queremos reativá-la parta o carnaval de 2019. É um sonho que vai se realizar. Falta recursos e tempo, mas vamos fazer promoções para angariar verbas”, promete. 
Os bailes também deixam saudades. “Conheci meu marido durante o Carnaval. Sempre gostei muito desta época do ano”, conta a dona de casa Cleide Pinheiro Barbieri, casada há 32 anos com o dentista Carlos Henrique Barbieri. 
Ela lembra que os blocos carnavalescos mobilizavam os jovens. Com ajuda de amigas e da mãe Alda Pinheiro, a apucaranense confeccionava as roupas para participar dos blocos do carnaval do Country Clube de Apucarana. “Para todos os dias de festas tínhamos trajes diferentes. Minha casa virava uma fábrica de fazer fantasias”, recorda.

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RAINHA DO CARNAVAL
Quem também guarda lembranças do Carnaval de Apucarana é a autônoma Tuka Armaroli, que participou por muitos anos dos desfiles e carnavais de clubes em Apucarana. Inclusive, foi eleita a Rainha do Carnaval de Cidade, em 1981. “Sinto muita saudade. Era muito bom, muito alegre; eu começava a fazer minhas fantasias em outubro do ano anterior. Eram cinco noites e duas matinês; nós não perdíamos nada, e ainda aguentávamos participar do carnaval de rua”, recorda.

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