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Casos de dengue recuam 98% na região

Renan Vallim

| Edição de 26 de julho de 2017 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Desde que o governo estadual implantou o programa de acompanhamento dos casos de dengue no Paraná, em 2010, nunca houve um período com números tão baixos do que o atual ano epidemiológico, que está prestes a encerrar. Na região, foram apenas 10 casos confirmados, de acordo com o último boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), uma queda de 98% em relação ao ano anterior.

Imagem ilustrativa da imagem Casos de dengue recuam 98% na região
Agentes de endemias autuam na fiscalização: população não pode deixar prevenção de lado | Foto: TNOnline


Desde 2010, o governo adotou o ano epidemiológico de 1º de agosto até 31 de julho do ano seguinte. Na soma dos 26 municípios do Vale do Ivaí mais Arapongas, apenas 10 pessoas contraíram dengue no ano epidemiológico 2016/2017. O número é 98% menor do que em 2015/2016, quando 513 casos foram registrados. O pior ano até agora foi 2014/2015, quando 2.231 pessoas foram infectadas com o vírus.
No ano 2016/2017, Arapongas registrou quatro casos; Rosário do Ivaí, três; e foi registrado um caso em Apucarana, Arapuã e Ariranha do Ivaí. A chefe da 16ª Regional de Saúde (RS) de Apucarana, Clara Ilza Lemes de Oliveira, explica que há vários fatores que explicam a queda dos números. 
“O vírus apresenta uma sazonalidade, ou seja, há uma oscilação anual no número de casos. Há também a questão da imunização. Provavelmente, o vírus em circulação atualmente é o mesmo em circulação no ano passado. Sendo assim, quem foi infectado no ano passado está imunizado, não pega novamente, o que reduz a circulação do vírus”, afirma.
Ela ainda cita outros fatores que influenciaram nos números, como o trabalho de distribuição de vacinas contra a dengue, iniciada neste ano epidemiológico pelo Governo Estadual. “É importante lembrar que ainda há mais uma dose da vacina para ser tomada e que as pessoas que já tomaram as duas primeiras doses precisam tomar a terceira”, destaca.
O chefe da Divisão de Vigilância em Saúde da 16ª RS, Marcos Costa, lembra ainda de outras ações químico-biológicas que tiveram impacto nos números. “O uso do larvicida também contribuiu para essa queda. Ele mexe com a genética do mosquito, dificultando a sua reprodução. Há também a liberação de mosquitos transgênicos, cujos descendentes morrem ainda na fase de larva, sem se tornarem mosquitos adultos”, destaca.
Porém, ele faz uma ressalva. “É impossível prever se esses números vão continuar nesse patamar no próximo ano epidemiológico que começa em agosto. Nosso receio é que haja uma acomodação por parte da sociedade com esses índices baixos, o que pode significar o retorno da doença. Por isso, continuamos com as orientações para os municípios, que devem continuar com o trabalho de prevenção e orientação”, destaca.

ARAPONGAS
Um dos municípios que mais baixou os números foi Arapongas. Com 84 casos em 2015/2016, o município apresentou apenas quatro em 2016/2017. A cidade inclusive teve uma epidemia da doença, em 2014/2015, com mais de 300 casos. “A conscientização ainda é a grande chave. Só o poder público não dá conta sozinho. Por isso, é preciso que todos façam a sua parte”, destaca o supervisor geral da Secretaria Municipal de Saúde de Arapongas, Claudemir Ronca.