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Casos de sífilis caem 25,4% na região

RENAN VALLIM APUCARANA

| Edição de 20 de março de 2019 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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O número de casos de sífilis registrados na região pela 16ª Regional de Saúde (RS) de Apucarana caiu 25,4% nos últimos dois anos. Especialmente preocupantes, os registros da doença em gestantes diminuíram 35,9%. O órgão acredita que as medidas de prevenção adotadas pelo estado e municípios tiveram papel fundamental para o recuo dos casos. 

De acordo com dados da 16ª RS, foram 83 registros da doença em mulheres grávidas no ano de 2016. Em 2017, foram 61 casos. No ano passado, nova redução, com os registros chegando a 57 pacientes. Destes, 23 foram diagnosticados em moradores de Apucarana, 14 de Arapongas e 11 em Faxinal.
Entre o restante da população, um total de 63 pessoas foram diagnosticadas com sífilis em 2016 nos 17 municípios em que o órgão atua. No ano seguinte, o número passou para 60. Já em 2018, foram 47 casos registrados, sendo que Apucarana foi responsável por 18 casos, seguida por Arapongas, com 10, e Faxinal, com sete.
A queda a partir de 2017 reverte um quadro de forte alta, registrada nos cinco anos anteriores. De 2011 a 2016, o número de casos entre a população em geral saltou 472%, de 11 para 63. Entre as grávidas, o aumento foi de quase 1.700%, de 5 para 89.
De acordo com o chefe da 16ª RS, Altimar Carletto, os esforços das equipes de Saúde, tanto do estado quanto dos municípios, se refletem na queda dos números da doença. “A Regional de Saúde de Apucarana deu ênfase ao combate a diversas doenças nos últimos anos, entre elas a sífilis. Houve uma atenção especial às gestantes, com exames para diagnosticar a doença, triagem e acompanhamento de perto. Com isso, o número de casos acaba caindo”, afirma.
Há ainda, segundo ele, um maior acesso à informação por parte da população em geral, o que ajuda a evitar o aparecimento de novos casos. “Um maior esclarecimento da população, através de uma maior facilidade na obtenção de informações acerca das doenças, acaba por influenciar na queda dos casos também. Neste sentido, as equipes do Programa Saúde da Família, que estão em contato direto com a população, visitando casas diariamente, têm papel fundamental”, ressalta.
A notificação de casos de sífilis é obrigatória por parte de médicos e profissionais de saúde há quase 14 anos no Brasil. Desde 2017, os casos em que o paciente não é gestante deixaram de ter obrigatoriedade de notificação a nível nacional. Porém, eles continuam sendo notificados em todo o Paraná, por conta de uma diretriz da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) que exige o procedimento.
Sífilis é uma doença sexualmente transmissível (DST) causada por uma bactéria. Na maioria dos casos, ela não apresenta sintomas, podendo se manter no organismo infectado por vários anos sem ser percebida. Em estágio avançado, compromete o sistema nervoso, podendo levar à óbito. Em grávidas, a doença pode ser passada para o bebê ou até mesmo provocar aborto.