A cada dois dias, um idoso é vítima de violência em Apucarana. Os dados são do Centro de Referência Especializado em Assistência Social (Creas) do município. Apenas no primeiro semestre de 2019, foram confirmados 85 casos pela equipe da assistência social da prefeitura, média de 14 casos por mês.
A situação mais recente foi registrada pela Polícia Militar na última segunda-feira. Um idoso de 87 anos, morador do na Colônia dos Novos Produtores, região oeste da cidade, foi agredido duas vezes em um único dia, pelo próprio filho. No episódio, ele foi atingido com golpes de cabo de vassoura na cabeça e sofreu ameaças de morte com um machado. O filho foi preso.
De acordo com a secretária municipal de Assistência Social Ana Paula Nazarko, este fato que virou notícia é apenas um, em um universo muito maior. “Essas situações que vêm para a mídia, são situações que levantam discussão da sociedade, mas a violência nem sempre é explícita. Existem muitas formas de agressão ao idoso sem ser física”, conta.
Ela explica que a negligência é uma das piores violências enfrentadas pelos idosos. A privação dos cuidados com a saúde, alimentação e higiene, entre outros, configura a maior parte das denúncias que chegam até a secretaria.
De acordo com ela, a equipe do Creas trabalha com base nas denúncias que chegam através do disque 100 e também pelo telefone da secretaria. “Tomamos conhecimento de muitos casos, diariamente, através de denúncias, mas infelizmente sabemos que muitos não querem se comprometer e acabam se omitindo. As denúncias que chegam são verificadas através de visitas e, quando confirmadas, realizamos um trabalho intensivo junto a família, fazendo todas as orientações e encaminhamentos de acordo com as necessidades dessa família. Em alguns casos mais graves, trabalhamos em parceria com o Ministério Público”, disse.
A orientação feita pela secretária é, no menor sinal de violência contra o idoso, que seja feita a denúncia através do Disque 100 ou ainda pelo telefone do Creas, 3422 9357. Em casos de violência física, como o citado na reportagem, a Polícia Militar também deve ser acionada através do 190.