OPINIÃO

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Chacina em Las Vegas

​Por Thadeus Palka, advogado e ex-professor em Apucarana

| Edição de 23 de outubro de 2017 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Como conceber que alguém de arma em punho possa cometer tamanha atrocidade como aconteceu em Las Vegas (EUA), onde foram mortas 59 pessoas e mais de 500 ficaram feridas? Indefesas, essas pessoas foram atingidas pelo atirador que se posicionou em um lugar estratégico em um quarto de hotel. Sem dúvida, é alguém que há muito tempo planejou o crime e, seguramente, estava totalmente fora de suas faculdades mentais. 

Depois do que aconteceu com as Torres Gêmeas em Nova York, também nos EUA, este pavoroso crime praticado por uma única pessoa foi o maior do gênero ocorrido naquele país.
Ao que parece, o atirador não apresentava nenhum sinal psicótico que pudesse levá-lo a praticar tamanha atrocidade em pessoas indefesas, que estavam não muito longe do hotel assistindo a um festival de música.
Embora os EUA sejam um país considerado evoluído sócio-cultural-economicamente e ser o primeiro do mundo, pode-se entender que esse nível deveria atingir uma estabilidade de bem-estar a todos que lá vivem.
Os estudiosos no assunto acreditam que massacres semelhantes têm sua raiz em donos de estabelecimentos comerciais falidos, veteranos de guerra desajustados, adolescentes problemáticos, candidatos a jihadistas, funcionários revoltados com seus empregadores, ex-cônjuges, partidários de movimentos, cidadãos soberanos que consideram não dever lealdade ao governo. 
Um dos grandes problemas nesse país é que o comércio de armas é livre. Essas armas são negociadas a qualquer pessoa sem maiores dificuldades e isso possibilita que qualquer um possa armar-se como quiser, a exemplo desse atirador que tinha em seu poder praticamente um arsenal. O comércio de armas dessa maneira é um dos problemas difíceis de serem resolvidos, porque envolvem grandes fabricantes.
Assim, um estudo minucioso que as autoridades estão realizando, objetivando a limitação da venda de armas mais sofisticadas, poderá surtir algum efeito.
A violência doméstica, uma precursora especialmente comum nos massacres, é notoriamente difícil de processar nos tribunais. Outros tipos de comportamento podem não constituir crimes, sendo apenas infrações menores, mesmo que psiquiatras os vejam como sinais evidentes de alarme.
Mas, para impedir os massacres antes de acontecerem, não se deve focar nossa atenção sobre ideias ou motivações extremistas e, sim, sobre o comportamento antissocial, violento e ameaçador de pessoas à nossa volta, sejam ou não esses comportamentos ideologicamente motivados. Essas são as considerações tiradas de Alex Yablon, repórter do The Trace, site de jornalismo sem fins lucrativos sobre armas de fogo na América.