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Chuvas atrasam início da colheita de café

Ivan Maldonado

| Edição de 28 de maio de 2017 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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As chuvas dos últimos dias atrasaram o início da colheita nos municípios produtores de café da regional da Seab de Ivaiporã. Em outros anos, nessa mesma época, a colheita alcançava em média 5% da área plantada, até sexta-feira a área colhida era menos de 1%. Contudo, segundo informações do Departamento de Economia Rural, a umidade até agora não causou maiores prejuízos ao produtores. A expectativa nesta safra é que os produtores colham 5 mil toneladas do grão.

Imagem ilustrativa da imagem  Chuvas atrasam início da colheita de café

A área plantada de café neste ano é de 3,5 mil hectares. Na região, Grandes Rios é o maior produtor de café com área plantada de 1,7 mil hectares, as outras áreas na regional estão distribuídas em Ivaiporã, Jardim Alegre, Lidianópolis e Lunardelli.
Segundo o agrônomo de Deral, Sergio Carlos Empinotti, apesar do atraso no início da colheita, o clima tem sido favorável à produção e tem gerado expectativas positivas. Para esta temporada, a esperança é que os produtores superem a safra anterior que teve a bienalidade negativa na maioria da região. “O setor espera um volume de mais de 5 mil toneladas do grão (limpo), com rendimento médio em torno de 1,5 mil quilo por hectare”, relata Empinotti.
Ainda segundo Empinotti, as lavouras na região se encontram na maioria em fase de grão verde, com a granação dos frutos, porém precisa encontrar condições climáticas favoráveis para que o ciclo se complete. “A expectativa para os próximos meses é que o clima colabore e continue a promover o ganho de qualidade, que por sinal no momento está muito bom”, comenta Empinotti.
O cafeicultor Gentil Rodrigues produz 3 alqueires de café na localidade de Santa Luzia, em Ivaiporã, nesse ano a expectativa dele é colher 200 sacas por alqueire. “Teve uma época que chegamos vender café a U$ 4 (dólar) o quilo, hoje está a R$ 7 o que equivale uns U$ 2. O problema é que o insumo ficou caro, antes passava veneno duas vezes e colhia café. Hoje passo o dobro de veneno, aplico no chão ainda mesmo assim dá ferrugem”, assinala Rodrigues.
Apesar de todas as dificuldades, Rodrigues diz que mesmo assim, para o pequeno produtor, a produção de café é ainda um grande negócio. Anualmente os 3,0 alqueires de café rende bruto para o produtor R$ 110 mil.
Mauro Perassoli, produtor de 5 alqueires de café também na região de Santa Luzia, diz que se sente triste ao ver que os cafezais foram erradicados na região. “O café ainda é o ouro verde. Tudo que consegui, algumas casas na cidade foi com a colheita do café. Com outros cereais não consegui comprar nenhuma cueca. Fico doente ao ver que 80% dos cafezais aqui da região foram arrancados”, enfatiza Perassoli.
Somente nos últimos quatro anos, após a geada de 2013, a cultura de café perdeu 30% da área plantada para a soja, ou seja, cerca de mil hectares.