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Novo modelo de faixa de pedestre de Apucarana é irregular, afirma Senatran

Cindy Santos

| Edição de 03 de abril de 2024 | Atualizado em 03 de abril de 2024
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As novas faixas de pedestre implantadas nos cruzamentos da Rua Ponta Grossa, em Apucarana, chamaram atenção e estão dividindo opiniões, inclusive de especialistas. O novo modelo de sinalização horizontal de trânsito começou a ser implantado em março e a previsão é que todos os cruzamentos da via recebam o mesmo formato de faixa, que ocupa todo o cruzamento. Segundo a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), as novas faixas são irregulares.

A Senatran é o órgão máximo executivo do Sistema Nacional de Trânsito (SNT). A secretaria tem jurisdição sobre todo o território brasileiro e emitiu parecer a pedido da reportagem, com base em fotos dos pontos onde a faixa foi implantada.

Segundo o órgão, são dois tipos de faixas de pedestres permitidas: a zebrada e o tipo paralela. “Desta forma, esclarecemos que a sinalização horizontal instalada na região central de Apucarana-PR está em desacordo com a legislação de trânsito vigente”, informou o Senatran após analisar fotografias de Apucarana. 

A Rua Ponta Grossa é uma das principais vias da área central de Apucarana, por onde passam diariamente cerca de 7 mil veículos e 180 ônibus que fazem linhas do transporte coletivo. A rua está sendo revitalizada para se tornar um “shopping a céu aberto” e, segundo a prefeitura, as novas faixas de pedestre fazem parte dessa proposta urbanística.

Carlos Mendes, responsável pelo trânsito em Apucarana, assegura que, de acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), a sinalização está dentro da regra, considerando que é obrigatório a faixa ter no mínimo três metros, mas é apenas recomendado ter no máximo quatro metros. “O padrão dá uma abertura para a faixa ser assim. Como não é uma coisa fixa, estamos dentro da regra. Nós usamos a legislação”, disse.

Faixa também divide opiniões entre pedestres

Entre os pedestres, o novo modelo agradou alguns e confundiu outros. Para algumas pessoas a novidade é confusa pois, no meio do cruzamento as faixas se encontram, avançam pelas esquinas e terminam na rua lateral. “Aparentemente é bonito, mas achei confuso. Não entendi muito bem o propósito. E acho que se for para a gente passar na diagonal, talvez não seja muito respeitado. Não sei se vai fazer muita diferença, acho que vai fazer mais confusão do que ajudar”, disse a estudante Kiria Souza de Oliveira Santos.

O autônomo Sidnei José de Oliveira também ficou confuso ao se deparar com a mudança pela primeira vez. “Nunca tinha visto desse jeito não. Acho que isso vai confundir, porque você não sabe por onde vai”, comentou.

Para outras pessoas, entretanto, o modelo é inovador e ajuda os motoristas a prestarem mais atenção nos cruzamentos. “É uma inovação, acho que é útil. Ficou mais fácil para o pedestre e mais visível para o carro que chega no sinaleiro. Não vejo confusão, é uma questão de costume. É só prestar atenção”, disse o contador Luiz Francisco Beffa.

O engenheiro civil Ambrosio Maistrovcz definiu o modelo como “sui generis”, expressão em latim que representa a ideia de originalidade e singularidade. “Ficou excelente e é isso que a gente precisa, uma cidade bonita e organizada”, elogiou.