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Colônia Esperança comemora 85 anos

DA REDAÇÃO

| Edição de 17 de outubro de 2020 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Quando o município de Arapongas foi fundado, a Colônia Esperança já existia há mais de uma década. Em outubro, a comunidade celebra os 85 anos da chegada das famílias dos colonizadores japoneses naquelas terras. 

A abertura da corrente migratória dos japoneses teve início em 18 de junho de 1.908, com a chegada do primeiro navio. Inicialmente os imigrantes, ao chegarem, eram enviados para as grandes fazendas do interior do Estado de São Paulo para trabalhar nos cafezais. Em busca de uma vida melhor, muitos buscaram terras no norte do Paraná.
Aos 78 anos, Inácio Suzuki conta que o pai, Koshiro Suzuki chegou na década de 30 em São Paulo. Para fugir da malária, resolveu buscar vida nova e conheceu a Companhia de Terras Norte do Paraná. “Quando meu pai chegou não tinha a colônia ou Arapongas era só terra. Meu pai era catequista, foi feito um regulamento para criar uma colônia japonesa católica e assim começou a venda dos lotes e, em 1935, começou a construção do que hoje é a Colônia Esperança”, relembra.
Miguel Makyama tem 83 anos. Ele chegou com a família em 1940 e conta que a vida melhorou muito quando vieram morar na Colônia Esperança. “Era muito difícil ser imigrante. A gente tinha dificuldades com a língua, comida, costumes, tudo era diferente. Meu pai, Tsujimatsu Makiyama, chegou em 1925 em Santos, depois foi para Cambará que, na época, era Fazenda Barbosa. Quando chegamos aqui na Colônia encontramos 72 famílias de japoneses. Aqui estavam as pessoas que ajudaram a erguer a igreja, que construíram a escola”, detalha. Ele também lembra que a terra rendeu bons frutos aos imigrantes. “Era algodão, feijão, milho, depois o café. Em 1941, 1942 o café era muito bom. Aqui fomos construindo a base da gente,” disse.
Atualmente, a Colônia Esperança é reconhecida pela produção de abacate e ovos. Há uma variedade própria desenvolvida na localidade - o abacate “Margarida” -, que compõe a maior parte dos pomares, que todo ano produzem uma média de 2,3 mil toneladas. As granjas produzem em média, 35 milhões de dúzias de ovos anualmente, colocando o município entre os maiores produtores do estado. Para marcar os principais produtos da colônia, foi criada a a “Festa do Ovo e do Abacate”, que neste ano seria a sexta edição, cancelada por causa da pandemia do novo coronavírus.