Uma empresa de embelezamento automotivo é o primeiro estabelecimento comercial que aceita o bitcoin como pagamento de serviços, em Apucarana. O proprietário José Henrique Ballan disse que a alta evidência da moeda virtual mais conhecida do mundo o incentivou a aderir esse modelo de transação. “No Brasil ainda é novidade fazer pagamentos com bitcoin, mas nos Estados Unidos as pessoas já fazem transações do tipo”, aponta.
De acordo com Ballan, a criptomoeda foi adotada há poucos dias e até o momento nenhum cliente fez o pagamento usando bitcoin. “Ainda não teve ninguém, mas sei que tem pessoas na cidade que investem em bitcoin. Acredito que em breve vamos receber com a moeda”, informa Ballan, acrescentando que não é um investidor.
A empresa de Ballan teve assessoria técnica do investidor em moedas digitais, Fabrício Vicentini, que representa duas empresas estrangeiras especializadas em trade - negociação de compra e venda simultânea - com moedas virtuais.
Vicentini explica que o pagamento é feito por transferência de valores via telefone, computador ou parceria com uma Exchange, casa de câmbio virtual. Para Fabrício, a moeda digital é muito mais interessante para quem recebe, pois as taxas são bem menores e o valor cai na conta do beneficiário no mesmo momento da transferência. Ainda existe a vantagem de aplicar no trade e ter rendimentos no mesmo dia ou transformar a moeda em dinheiro em espécie, explica.
De acordo com ele, o serviço é disponível a qualquer empresa interessada em receber em moedas digitais. “Basta ter uma conta em uma carteira virtual, onde consta um endereço para transferência ou associar-se a uma Exchange onde eles orientam como fazer isso”, explica.
Antes usada apenas por fãs de tecnologia, o bitcoin passou a chamar a atenção de investidores comuns, tanto que é utilizada em transações nos Estados Unidos e até mesmo no litoral brasileiro, diz Vicentini. “No litoral brasileiro é muito comum ver comerciantes que aceitam moedas virtuais como forma de pagamento”, garante.
Embora o bitcoin seja considerado por especialistas um investimento de alto risco, Vicentini garante que é muito vantajoso e rentável. Ele conta que era proprietário de uma construtora durante 20 anos e que hoje vive somente com investimentos em moedas virtuais.
“O mercado mundial movimenta $50 bilhões por dia e está crescendo muito rápido. Eu tinha uma construtora e hoje vivo somente com investimentos em moedas”, ressalta.
O investidor afirma que o mercado de criptomoedas é muito promissor e acredita que, no futuro irá expandir ainda mais. “Se você não aceita moedas virtuais hoje em seu estabelecimento, você terá que aceitar muito em breve”, acredita.
Entenda o que é bitcoin
O bitcoin é uma moeda virtual, ou seja, não é emitida pelo Banco Central de nenhum país, como ocorre as moedas físicas, como por exemplo, o real ou o dólar. O responsável é um programa de computador central e complexo. Para comprar é preciso instalar um software no computador ou smartphone e seguir as instruções para criar o par de chaves criptográficas.
O processo gera um “endereço bitcoin”, uma carteira digital que funciona como um número de conta corrente onde. Em seguida, o investidor adquire moedas em “agências de câmbio” específicas e fornece seu endereço para recebimento. As moedas são pagas com o dinheiro “normal” usando boleto ou cartão de crédito.
Uma peculiaridade é que todas as transações do bitcoin são públicas e podem ser checadas por qualquer um. O que é exibido, no entanto, são os números das carteiras virtuais envolvidas na transferência e quanto foi enviado. A criptografia embaralha os dados para protegê-los e, no caso do bitcoin, é usada para manter as transações seguras e ocultas.
O bitcoin surgiu em 2008 como a primeira moeda digital a usar criptografia. De lá pra cá, o mercado das criptomoedas passou por expansão e diversificação e, de acordo com a plataforma Coinmarketcap, já conta com mais de 1.800 diferentes moedas digitais, com nomes como ethereum e litecoin.