A pandemia do coronavírus também cooperativas de produtores rurais, principalmente na agricultura familiar. Com a suspensão das aulas, a entrega de alimentos para merenda escolar – grande fonte de renda do setor – diminiu. A saída encontrada por muitos foi apostar na tecnologia para ganhar mercado. Esse foi o caminho encontrado por entidades do Vale do Ivaí e Arapongas, que apostam na divulgação online.
A produtora de frutas exóticas de Jandaia do Sul, Márcia Cristina Franzini Costa, por exemplo, já trabalhava com vendas online antes da pandemia. Usava o WhatsApp e o Instagram para divulgar e comercializar a produção de pitaya e três variedades de maracujá doce. No início da crise, ela conta que a propriedade sofreu um grande impacto nas vendas após perder clientes que atuavam na área de turismo.
Como não tinha condições de comercializar as frutas em larga escala como antes, Márcia investiu em divulgação nas redes sociais, inclusive com posts patrocinados. Com as oficinas, ela teve a chance de aprender e explorar mais as ferramentas. “A gente não sabia a forma correta de trabalhar, as técnicas para fazer uma boa divulgação. Se eu não tiver o celular na mão e esses canais, não vendo um quilo sequer hoje. A internet é minha principal ferramenta de venda”, confessa.
Para se atualizar nas ferramentas, ela participou de oficinas ofertadas pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – (IDR-Paraná) e Sebrae que capacitaram membros da Cooperativa de Comercialização e Reforma Agrária União Camponesa (Copran) de Arapongas, Cooperativa dos Cafeicultores de Pirapó (Coocapi), Cooperativa dos Agricultores Familiares de Novo Itacolomi (Cofai), Cooperativa dos Viticultores de Jandaia do Sul (Cooperviti) e Cooperativa de Comercialização Camponesa Vale do Ivaí, de Jardim Alegre (Cocavi).
A consultora do Sebrae, Cinara Tozatti, explica que os participantes aprenderam como criar páginas nas redes sociais, configurar o WhatsApp Business, manipular o Canva - plataforma de design gráfico usada para criar conteúdo visual para a internet. “Buscamos ferramentas gratuitas e de fácil acesso para que os produtores pudessem compreender melhor o cenário digital e aplicar essas tecnologias”, afirma.
Os cooperados também aprenderam como se organizar para ofertar as cestas, separar grupos, determinar um período para o recebimento dos pedidos, programar a produção, preparar o envio dos alimentos, e até utilizar aplicativos para receber pagamentos do consumidor final.
APUCARANA
A representante Coocapi, Mariana Natali Lorenzini, diz que a pandemia acendeu um alerta entre os 194 cooperados que, hoje, fornecem frutas e legumes apenas para a merenda de escolas municipais e estaduais.
“Queremos abrir novos mercados e atender supermercados e outros centros”, pontua.
Após as oficinas, a cooperativa viu a necessidade de mudar o registro do nome, que já existe, e reformular a logomarca para, então, criar canais de comunicação e vendas na internet. “Nossa intenção é usar as redes sociais para mostrar a nova identidade da cooperativa e abrir novos mercados”, adianta.