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Cresce resgate de animais silvestres em Arapongas

Adriana Savicki

| Edição de 17 de abril de 2019 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Um jabuti, cobras de várias espécies, um tatu galinha, gambás e até uma jaguatirica. Todos esses animais foram resgatados na área urbana de Arapongas. O aumento no volume de situações tem chamado atenção do Grupamento de Defesa Ambiental (GDA), um departamento especializado da Guarda Municipal, e da Secretaria de Meio Ambiente do município. Dos 16 atendimentos feitos desde janeiro, 5 foram registrados nas duas últimas semanas.

Imagem ilustrativa da imagem Cresce resgate de animais silvestres em Arapongas

Ontem pela manhã, o GDA fez um novo resgate. Uma coruja suindara foi localizada no Clube Campestre, zona leste de Arapongas. Anteontem, pela manhã, uma empresa do Jardim Primavera recebeu uma visita inusitada de uma cobra do tipo snake. O réptil é originário dos EUA e pode ter escapado de alguma residência, especula o biólogo da Secretaria de Meio Ambiente, Robert Patrick Medeiros Soares.
Segundo ele, este não costuma ser o período do ano de maior registro deste tipo de situação. “No inverno, quando há uma redução do alimento é que os animais silvestres costumam a aparecer mais. Esse volume atual é atípico”, comenta.
Ele destaca que a frequência de casos vem crescendo ano a ano e é causada principalmente pela expansão da cidade. “Arapongas vem ganhando novos loteamentos e a área urbana vai invadindo o habitat dos animais, que então se voltam para cidade”, comenta.
Segundo o biólogo, além das situações em que a fauna invade a cidade, outros casos envolvem abandono ou criação irregular. “É o caso dessa cobra snake que não é nativa daqui e ou escapou ou foi abandonada por quem a adquiriu”, avalia. Outro caso que chamou atenção da equipe foi de um filhote de capivara. “Um pescador se deparou com o filhote e, como não viu a mãe, levou o bicho para casa. Depois ele acabou nos procurando. Muitas vezes as pessoas retiram os animais na boa fé, achando que estão ajudando, o que não é caso”, comenta.
Outra situação recente envolvendo capivaras – nesse caso um animal adulto – resultou na captura do roedor no estacionamento de um supermercado na avenida mais movimentada da cidade. “Não há uma região específica onde os animais apareçam com maior frequência, há casos em vários pontos da cidade”, comenta o GM Emerson Alves, que atua diretamente na captura dos espécimes.
Segundo ele, os resgates são acompanhados por um biólogo da secretaria. Depois de contidos, os animais são avaliados por um veterinário e, quando é possível, são realocados na natureza. Quando não há essa possibilidade, eles são encaminhados para o Instituto Ambiental de Londrina (IAP).