CIDADES

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DE CAMBIRA À APARECIDA, A PÉ

DA REDAÇÃO

| Edição de 09 de janeiro de 2021 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Um trajeto de 897 quilômetros, da cidade de Cambira, até Aparecida do Norte, no interior de São Paulo, carregando uma cruz de madeira pesando aproximadamente 35 quilos: essa foi a jornada cumprida pelo devoto Claudino de Oliveira, de 46 anos. Sob sol e chuva, ele caminhou durante 46 dias, até chegar ao seu destino – o Santuário Nacional de Aparecida – com o objetivo de cumprir uma promessa feita a Nossa Senhora Aparecida, sua santa de devoção.

A entrada na Basílica, cheia de emoção, aconteceu nesta sexta-feira (08), com a presença da família do devoto, que veio especialmente de Cambira para participar do momento.
Oliveira diz que a devoção existe desde menino. “Sou devoto de Aparecida desde menino, incentivado pelos meus avós”, contou.
Ele revelou que o motivo que o fez realizar e cumprir a promessa foram duas graças recebidas, que segundo ele, o livraram da morte. “Eu bebia muito, e depois de uma dessas bebedeiras, no ano 2000, eu pulei de ponta em rio, bati a cabeça e desloquei a coluna. Fiquei internado vários dias na UTI e pensava que não ia andar mais, porque não sentia minhas pernas. Foi quando chorei e pedi com fé para Nossa Senhora me livrar da cadeira de rodas. Em 3 dias comecei a mexer os pés e minha coluna ficou perfeita”, lembra.
O segundo livramento teria acontecido em 2010. “Dessa vez o milagre foi maior. Eu saí alcoolizado de um bar, estava indo usar crack, quando cai do alto de um viaduto. Tive ferimentos sérios, quebrei o quadril e o fêmur, e mais uma vez, fiquei em coma no hospital. Quando recuperei a consciência, pedi mais uma vez para Nossa Senhora e me recuperei, sem nenhuma sequela. Desde então decidi parar de usar drogas e beber”, contou.
O peregrino disse que ao longo de todo o caminho, foi muito bem recebido e acolhido por todas as pessoas que conheceu e não passou por muitas dificuldades durante o trajeto. “Meus momentos mais difíceis foram quando precisava passar por rodovias de pista simples, sem acostamento. Eu tinha que andar na contramão dos carros, por medo de ser atropelado. Outra situação que me marcou, foi uma pessoa que me criticou e me xingou em um posto onde eu pretendia pousar. Um homem veio me dizer que eu era louco de carregar aquela cruz e me ofendeu bastante. Fui embora de lá e procurei outro local para passar a noite. Em todo meu trajeto recebi ajuda e fui muito bem tratado pelas pessoas”, disse.
Sobre a chegada na Basílica, Oliveira afirma que foi um momento de pura emoção. “Foi muito especial ter minha família comigo naquele momento. Foi uma sensação muito boa chegar, sensação de missão cumprida. Agora, pretendo voltar para minha vida normal no sítio onde moro em Cambira, cuidar da plantação e dos animais. Desejo saúde e que Deus abençoe a todos que me ajudaram ao longo desse caminho, sou muito grato pelas orações que me fortaleceram”, finalizou.