OPINIÃO

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Desconto do pedágio gera polêmica em Arapongas

Da Redação

| Edição de 18 de julho de 2017 | Atualizado em 17 de julho de 2017

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O prefeito de Apucarana, Beto Preto (PSD), aumentou a polêmica em relação ao pedágio de Arapongas. Após a prefeitura araponguense fechar acordo que prevê desconto de até 79% a moradores da cidade que passam pela praça da Viapar na BR-369 diariamente, Beto Preto informou que também vai pleitear o benefício para apucaranenses que vão diariamente para Londrina. Segundo o prefeito de Apucarana, a Viapar abriu precedente ao conceder o benefício a Arapongas e a Mandaguari.

Tudo começou com a mobilização de moradores de Marialva e Mandaguari. Os primeiros fecharam um acordo nos moldes de Arapongas, com desconto para um grupo da população que passa diariamente pelo pedágio. Os segundos fizeram um movimento mais forte e garantiram 80% de abatimento para todos donos de veículos emplacados na cidade.

Os protestos serviram de modelo para Arapongas, que também decidiu lançar a sua versão do movimento Tarifa Zero. O grupo, no entanto, não aprova o acordo fechado pela prefeitura local e vai contestar essa negociação na Justiça. Agora, Apucarana também entra na briga.

Não é de se estranhar que outros prefeitos da região, que também têm moradores que usam o pedágio diariamente para trabalhar, estudar e fazer tratamento médico em Londrina ou Maringá, façam o mesmo pedido, até porque muitos jovens da região estudam nas universidades estaduais de Londrina (UEL) e Maringá (UEM), sem contar as pessoas que fazem tratamento médico também em Londrina.

O assunto é polêmico, não há dúvida, e tem relação direta com as tarifas altas cobradas na maioria das praças de pedágio do Paraná. Em Arapongas, por exemplo, donos de veículos leves pagam R$ 8,20. É um gasto considerável se houver necessidade de passar diariamente pelas praças de pedágio.

Por outro lado, é inegável também que a privatização das rodovias paranaenses trouxe muitos benefícios. As rodovias pedagiadas têm pavimento de melhor qualidade e também são bem sinalizadas, o que não acontece em grande parte das rodovias sob responsabilidade do governo do Estado. As obras rodoviárias são caríssimas e o Estado nem sempre tem condições de assumir projetos milionários como esses. É também indiscutível que algumas obras importantes estão atrasadas, como é o caso do Contorno de Arapongas, que já deveria ter saído do papel. 

É preciso achar um meio termo nessa polêmica. O governo estadual mostrou que é, sim, possível dialogar com as concessionárias e buscar avanços nas obras - como é o caso da antecipação da duplicação entre Apucarana e Ponta Grossa. O mesmo pode ser dito dos descontos obtidos por Arapongas e Mandaguari.