Morreu na manhã de ontem, aos 95 anos, o padre Egídio de Vidi. O sacerdote italiano que fez da Diocese de Apucarana seu lar há mais de 50 anos, estava internado no Hospital da Providência e morreu em decorrência de complicações de um AVC.
Com saúde fragilizada há alguns meses, padre Egídio era uma figura muito querida no município, onde residia desde 1965. Ele foi por muitos vigário da Paróquia Cristo Rei em Apucarana onde colaborou até os seus 94 anos, quando se afastou por conta dos problemas de saúde.
Uma santa missa de corpo presente, celebrada pelo bispo Dom Carlos José de Oliveira com participação de vários padres da Diocese, seguida de cortejo foi realizada na tarde de ontem. O padre, que por muitos anos foi capelão do 10º Batalhão de Polícia Militar, foi homenageado pela corporação, que fez uma salva de tiros na saída do cortejo a caminho do Cemitério Cristo Rei.
A morte do sacerdote foi repercutida por diversas lideranças. “Trata-se de uma figura única e de extraordinário valor na Diocese de Apucarana, que todos aprendemos a respeitar e a conviver ao longo de décadas”, lamentou Junior da Femac, lembrando que foi batizado pelo sacerdote.
PERFIL
Padre Egídio de Vidi nasceu em 1924 na província de Treviso, a 421 quilômetros de Roma. Antes de ser sacerdote, ele foi estudante e combatente na Segunda Guerra Mundial. Quando o conflito eclodiu ele tinha 18 anos e se preparava para ingressar na Faculdade de Engenharia Eletrônica, em Pádua. Durante a guerra, após a Itália assinar armistício, ele chegou a ser preso pelo exército alemão, fugiu e ingressou as fileiras no movimento Partiagiani, de resistência ao nazismo, que lhe rendeu uma condecoração. Depois da guerra começou o curso de Engenharia. No terceiro ano do curso, ele encontrou um padre missionário que estava a caminho do Brasil que reacendeu em si o desejo de levar uma vida sacerdotal. Por fim, ele desistiu da engenharia e ingressou em um seminário em Milão em 1949.
Ele foi ordenado em 28 de junho de 1953. Padre Egídio chegou ao Brasil em 1954 e foi atuar em Macapá (AP). Antes de chegar em na Diocese de Apucarana, em 1965, foi professor de desenho, matemática e canto no Colégio Diocesano de Assis. (ADRIANA SAVICKI)