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Doença de infância que volta na vida adulta

Fernanda Neme

| Edição de 13 de janeiro de 2018 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Pessoas que já tiveram catapora - comum na infância e caracterizada pelo surgimento de feridas na pele - podem, em algum momento da vida adulta, ter que enfrentar novamente a doença. Causado pelo mesmo vírus, varicela-zóster, a herpes-zóster pode se manifestar anos depois em inflamações violentas e muito dolorosas.

Imagem ilustrativa da imagem Doença de infância que volta na vida adulta


Na dona de casa apucaranense Cyrte Chaves, 75 anos, por exemplo, a inflamação apareceu na região da costela, ocasionando dor forte e desconforto. A princípio, ela não sabia ainda o diagnóstico, mas não demorou muito até descobrir que estava com herpes-zoster. “Tinha umas manchinhas, que ardiam bastante, depois disso veio a dor muito forte”.
Após três dias de tratamento intenso com anti-inflamatório e pomada, a dona de casa percebeu que a dor estava amenizando. “Mesmo que tenha se manifestado em outubro, ainda sinto o local dolorido. Só depois soube que é o vírus da catapora e tive quando era mais jovem”. 
Segundo a dermatologista Nathalia Zardo, de Apucarana, uma das caraterísticas do vírus é que ele que ele se aloja no organismo.“Qualquer pessoa que teve catapora na infância pode desenvolver a doença em algum momento da vida. Isso porque o vírus fica alojado em gânglios e permanece adormecido por anos”. 
Eventualmente, segundo a médica, devido a uma queda na imunidade, o vírus pode ser reativado e “viajar” ao longo das vias nervosas até a pele, produzindo erupções. “Como o herpes-zoster caminha por um nervo responsável pelas sensações da região onde se situa, sua inflamação pode provocar dor local, coceira e até uma dor intensa (nevralgia), exatamente no local em que a lesão apareceu”, comenta. 
Aos poucos, de acordo com Nathalia, também surgem manchas avermelhadas e pequenas bolhas d´água no corpo, que evoluem com casquinhas, feridas e crostas. “O ciclo de evolução da doença pode durar até 15 dias e, às vezes, no início, é difícil fechar o diagnóstico, já que a manifestação na pele demora a aparecer”, destaca. 
Segundo a médica, a doença também pode estar relacionada ao estresse, doenças autoimunes, diabetes e até uma neoplasia (tumor), que ainda não se manifestou. “A única forma de prevenção é a vacina, que diminui as chances de se ter a doença, de apresentar neuralgia pós-herpética (NPH) e induz à redução da dor aguda e crônica associada ao herpes-zoster”. 
O tratamento precoce da doença, feito com medicação via oral, reduz a chance de complicações. “Também pode ser necessário investigar a imunidade do paciente”. (FERNANDA NEME)