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DUPLICAÇÃO DA BR-376 TORNA VALE MAIS COMPETITIVO

Da Redação

| Edição de 06 de abril de 2021 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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A duplicação da Rodovia do Café, principal corredor rodoviário que liga norte e sul do Estado, entre Apucarana e Ponta Grossa, e em fase final de obras - na frente norte, o trecho de 60 km entre Apucarana e Mauá da Serra já foi concluído - , tem um impacto decisivo no desenvolvimento econômico de toda região. A avaliação é da engenheira Thais Caroline Labre, diretora presidente do grupo CCR Rodonorte. Em entrevista, a profissional ponta-grossense, que assumiu o comando da concessionária no final de março do ano passado, fala sobre a evolução das obras e do desafio de gerir obras e projetos em meio à pandemia.

TRIBUNA DO NORTE-A duplicação da Rodovia do Café é apontada como a maior obra rodoviária em andamento no estado. Na sua visão, qual o impacto dessas obras para a região do Vale do Ivaí?
THAIS-O corredor de ligação entre o norte do Paraná e a capital Curitiba, e consequentemente ao Porto de Paranaguá, na rodovia BR-376 é o mais importante do nosso Estado. Por este corredor são transportadas tanto as riquezas geradas pela região do Vale do Ivaí como até mesmo de outros Estados, como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, ou seja, é um corredor importante no âmbito nacional e até mesmo mundial, uma vez que por ele escoa nosso principal produto de exportação: a soja. O Vale do Ivaí é uma das principais regiões produtoras do nosso Estado, com absurda participação nos volumes de exportação, assim a ampliação do corredor da rodovia BR 376 estará cada vez mais preparado para patrocinar o pujante crescimento produtivo e ainda, para atrair novos investimentos para a região, uma vez que em análises logísticas a rodovia é diferenciada. Em resumo: a rodovia BR 376 não só garante o escoamento da produção do Vale do Ivaí, como também fomentará seu crescimento.

TN-Quais as principais dificuldades de coordenar um projeto desta dimensão, tendo em vista que envolve também interesses de diversos municípios? Qual trecho apresentou maior dificuldade técnica?
THAIS- Duplicar a principal ligação entre as regiões Norte e Sul do Paraná, além de ser o maior corredor rodoviário de exportação do Brasil, por si só já seria um desafio e tanto. Por isso, desde o início das obras de duplicação da Rodovia do Café, tivemos um compromisso com a segurança e a melhor fluidez possível em todos os segmentos. Este trabalho coordenado em toda a BR 376 só foi possível pelo comprometimento de todos os nossos times, seja na engenharia, operação e no atendimento, e também o apoio e compreensão da população que vive nos municípios que estão ao longo da rodovia. Os segmentos de duplicação foram priorizados nos trechos urbanos, com o intuito inclusive de em primeira posição atender os Municípios.

TN-Quais são as obras previstas/em andamento para a Rodovia do Café até o encerramento do contrato de concessão?
THAIS-Além dos trechos já duplicados, a BR 376 conta neste momento com frentes de duplicação nos municípios de Tibagi, Imbaú e Ortigueira; somando os três municípios, são oito frentes simultâneas de construção de novas pistas, além da implantação de pontes, viadutos e novos acessos. São 41 quilômetros de duplicação em andamento neste momento, que vão aumentar ainda mais a segurança e a fluidez da Rodovia do Café. Também na BR 376, mas na região de Ponta Grossa, a CCR RodoNorte trabalha na construção do novo acesso ao Contorno Leste, na região do Distrito Industrial; e para quem segue do Vale do Ivaí para Curitiba, vai encontrar em Campo Largo duas importantes frentes de obras, novos acessos e viadutos nas regiões do Jardim Guarany e Cercadinho, que vão separar o alto tráfego rodoviário deste segmento da BR 277 com a circulação entre bairros destes locais.

TN-A duplicação trouxe um ganho importante em termos de logística para a região. O que ainda falta fazer para torná-la mais competitiva?
THAIS-Acredito que as perspectivas de futuro para os municípios do Vale do Ivaí são excelentes. Com as obras concluídas e em andamento na BR 376, as cidades da região terão uma infraestrutura ainda mais qualificada para escoar a sua produção agrícola e industrial, além de se tornarem mais atrativas para receber novos investimentos. Para nós da CCR RodoNorte este fator é muito importante, pois mais do que as obras e serviços realizados há 23 anos nas rodovias que cuidamos, trabalhamos de forma permanente para auxiliar no desenvolvimento das comunidades onde estamos presentes.
TN-Você assumiu o comando da CCR há um ano. Quais os desafios de comandar a concessionária em um período de pandemia?
THAIS-Neste primeiro ano de gestão, mesmo com todas as dificuldades impostas pela pandemia, conseguimos avançar muito em todas as nossas áreas de atuação. Desde abril do ano passado, iniciamos 16 novas frentes de obras em sete cidades paranaenses, gerando mais de 2,6 mil empregos diretos e milhares de vagas indiretas, em um investimento que se aproxima de R$ 1 bilhão; na área de serviços, iniciamos a operação de postos de apoio para os caminhoneiros que seguiam em atividade, transportando os produtos essenciais para as famílias paranaenses. Somando os atendimentos de saúde, kits de higiene e alimentação distribuídos, além de outros serviços oferecidos nos postos, um deles inclusive montado próximo a balança da Mauá da Serra da BR 376, foram mais de 50 mil caminhoneiros atendidos ao longo de 2020. Ainda no atendimento ao cliente, iniciamos a operação do Centro de Atendimento ao Cliente, também na BR 376, e passamos a ter um veículo específico para reparos básicos em caminhões, o VAC – Veículo de Apoio ao Caminhoneiro.

TN- A RodoNorte também desenvolve uma série de programas sociais e na área cultural. Isso mudou na pandemia?
THAIS-É evidente que muitos dos nossos programas sociais passaram por mudanças neste período, mas o importante é que conseguimos manter estas atividades até como uma alternativa de educação e cultura para este tempo de pandemia. É o caso do projeto ‘Caminhos para a Cidadania’, que em 2021 terá atividades em três cidades do Vale do Ivaí: Califórnia, Faxinal e Marilândia do Sul. Desde o ano passado, com a pandemia da Covid-19, o programa passou por reformulações e ampliou ainda mais as atividades a distância para professores e alunos. Temos outras iniciativas junto ao Instituto CCR que também serão realizadas ao longo de 2021, sempre considerando o momento atual, mas sem deixar de manter a nossa estreita relação com a população dos municípios lindeiros.