OPINIÃO

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Educação é essencial para um trânsito mais seguro

Da Redação

| Edição de 21 de maio de 2017 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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O Movimento Maio Amarelo foi criado para chamar atenção da sociedade para o alto índice de mortes e de feridos no trânsito. O objetivo é colocar o assunto no centro dos debates e buscar uma solução conjunta entre a sociedade civil e o poder público. Esse desafio, no entanto, é imenso. As estatísticas apontam para aumentos sucessivos no número de acidentes.
Em Apucarana, a situação é preocupante. Estamos justamente em maio e o número de mortes no trânsito já é superior ao registrado em todo ano passado. Segundo dados da Polícia Militar (PM), duas pessoas morreram em 2016. Neste ano, apenas entre 1º de janeiro e 18 maio, foram três óbitos computados no Placar da Vida, que leva em conta somente as mortes no perímetro urbano. Esse número cresce para cinco quando são contabilizadas mortes em trechos de rodovias, que não entram nesse balanço oficial da corporação.

Os dados do Placar da Vida revelam uma alta de 4% nos acidentes registrados de janeiro a abril de 2017 em comparação com o mesmo período do ano passado. Foram 269 contra 282. O balanço aponta ainda um aumento de 11% na quantidade de feridos neste período, que passaram de 128 para 143. Os atropelamentos registraram queda 6%, de 16 para 15.
No Maio Amarelo, uma triste coincidência. Apenas neste mês reservado às reflexões sobre o trânsito três pessoas morreram atropeladas na cidade, incluindo uma criança de apenas 11 anos de idade e duas idosas, de 69 anos e 66 anos. 

Segundo especialistas, a segurança no trânsito depende de um tripé formado por engenharia, educação e fiscalização. É preciso, realmente, melhorar a sinalização e a qualidade da pavimentação em algumas ruas, assim como é fundamental ampliar a punição aos motoristas infratores. No entanto, nesse tripé, a educação é o fator fundamental. 

O desrespeito às regras de trânsito é a principal causa dos acidentes. Muitos motoristas dirigem acima da velocidade, ignoram a sinalização e até mesmo conduzem seus veículos sob o efeito de bebidas alcoólicas. O resultado desse comportamento é devastador, causando mortes e sequelas graves nos feridos. O brasileiro não pode considerar normal essa postura no trânsito, mas também no cotidiano, com desrespeito às filas, adquirindo produtos piratas, não devolvendo o troco a mais, etc. É essa cultura do “jeitinho”, de levar vantagem em tudo, que é responsável por essa crise política sem precedentes no país causada pela corrupção e pelos desvios bilionários. O trânsito reflete diretamente esse comportamento. 

Enquanto o Brasil não focar suas energias na educação, de modo geral, continuaremos assistindo tragédias no trânsito, casos de corrupção, violência de gênero, preconceito e todo o tipo de mazela advinda da falta de compreensão das diferenças, de respeito às regras, à convivência... É preciso evoluir.