OPINIÃO

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Educação integral além da ampliação horária

Por Marli Regina Fernandes da Silva, diretora-presidente da Autarquia Municipal de Educação de Apucarana (AME) e presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação Seccional Paraná (Undime-PR)

| Edição de 28 de abril de 2017 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Hoje comemoramos 17 anos da realização do Fórum Mundial de Educação de Dakar, informalmente conhecido como Dia Internacional da Educação. Esta é uma oportunidade de refletir a respeito das metas delineadas no encontro e o quanto delas conseguimos alcançar em âmbito municipal.

A educação integral oferecida por 32 de nossas escolas abrange alguns dos tópicos expressos pelos 164 países signatários do Fórum Mundial. Entendemos que essa modalidade de ensino não seja apenas a ampliação de carga horária, mas a formação de cidadãos dotados de leitura crítica e consciência social.
Assim que assumimos a AME, procuramos adequar os espaços físicos e unificar os currículos. A ideia norteadora de nosso projeto é de que, independentemente de onde more a criança, seja no centro, nos bairros ou nos distritos, ela tenha as mesmas condições de ensino. Deste modo, cumprimos a primeira meta estabelecida na Cúpula Mundial de Educação, que apregoa que devemos ter melhor cuidado com os pequenos mais vulneráveis.

Neste mês, o MEC divulgou a terceira e última versão da Base Nacional Comum Curricular, essencial para reduzir as desigualdades na educação no país. Mais uma vez, Apucarana está à frente, porque já unificou o currículo das escolas. A obrigatoriedade da alfabetização das crianças até o 3º ano do ensino fundamental é cumprida em nossa rede, assim como o ensino de inglês, presente desde a pré-escola no município.

Cabe ao gestor público oferecer as condições e os meios para que o processo de ensino e aprendizagem saia do papel. Em Apucarana, a vontade política do prefeito em tornar a educação excelente aliou-se à visão técnica da Autarquia e ao comprometimento dos docentes e servidores. Esta soma resultou em ganhos significativos à formação integral das crianças – outra das metas do encontro de Dakar.

É isso que buscamos fazer nos últimos anos. Reformamos e ampliamos mais da metade das escolas municipais, adequando os prédios para atender às normas de segurança, higiene e acessibilidade. Investimos na compra de materiais pedagógicos novos e modernos e ofertamos regularmente cursos de formação continuada aos servidores. Revitalizamos e unificamos o currículo da rede municipal e diversificamos a merenda, incluindo a aquisição de alimentos específicos para crianças diabéticas e intolerantes ao glúten e à lactose. E os pais, agora, têm acesso ao menu das escolas e CMEIs on line todos os meses.

Outro dado importante a ser destacado em nossa conquista é o uso de 70% das verbas do FNDE para aquisição da merenda escolar em itens provenientes da agricultura familiar – frutas, verduras e até produtos feitos pelos moradores do campo. Com isso, além do aspecto da saúde das crianças, que consomem alimentos frescos, ainda há a conscientização delas para as sérias questões da sustentabilidade e do meio ambiente.