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Falta de matéria-prima afeta indústria

DA REDAÇÃO

| Edição de 08 de outubro de 2020 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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O setor industrial na região está sofrendo por conta da falta de matéria-prima disponível para produção. Em Arapongas, empresas do setor moveleiro já estão diminuindo o ritmo de produção por falta de madeira e materiais para estofados. Em Apucarana, a falta de tecidos e embalagens está afetando a produção na área de confecções. 

Responsável pelo setor de compras de uma indústria de estofados em Arapongas, Ronaldo Carvalho Rodrigues conta que em 20 anos de experiência na profissão, nunca viu algo parecido. “Estamos enfrentando dificuldades extremas por falta de matéria-prima como produtos para produção de espumas, madeiras e chapas, na verdade está faltando de tudo. Estamos com estoque no limite e não conseguimos comprar a quantidade necessária para tocar a produção, que já precisou ser reduzida”, contou. 
Rodrigues afirma que todos os materiais utilizados pela indústria na fabricação de estofados tiveram aumentos astronômicos, de 50% a até 100% no valor e, além disso, não conseguem mais negociar prazo para as compras. “Agora é tudo à vista. Antes conseguíamos negociar até 60 dias para pagar os insumos, hoje alguns fornecedores querem receber adiantado”, disse. 
O tempo médio de entrega de produtos na empresa era de 5 dias. Hoje, os pedidos mais recentes serão entregues apenas em janeiro. Até dezembro, a fabricante de estofados não tem condições de aceitar nenhuma nova encomenda, o que já começa a causar prejuízos. “Não acredito que chegaremos a paralisar a produção, mas já diminuímos bastante. Se essa tendência durar muito mais tempo e não conseguirmos normalizar a produção, é possível que demissões comecem a acontecer”, pontuou. 
Para o presidente do Sindicato das Indústrias Moveleiras de Arapongas (SIMA), Irineu Munhoz, apesar da crise, não existe risco de paralisação na produção do setor. “A pandemia causou uma ruptura muito grande na cadeia produtiva e as fronteiras fechadas, impedindo a comercialização dos insumos importados, também contribuíram para esta falta de matéria prima. Os aumentos exagerados nos preços em virtude da flutuação do câmbio, aliada a uma grande demanda por produtos está complicando o setor e sem dúvidas, esse efeito vai acabar chegando no consumidor final, mesmo assim, não acreditamos em demissões e esperamos que essa situação se normalize até o início do próximo ano”, declarou Munhoz.