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Fila da UPA de Arapongas chega a 5 horas

Vanuza Borges

| Edição de 27 de dezembro de 2016 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Entre quatro a cinco horas de espera. Esse tem sido o tempo que os usuários demoraram a ser atendidos no Pronto Atendimento (UPA) 24 horas de Arapongas. O local, durante a tarde de ontem, tinha dezenas de pessoas aguardando dentro e fora das instalações. Na fila, o que não faltam são reclamações.

Imagem ilustrativa da imagem Fila da UPA de Arapongas chega a 5 horas

Caso da vendedora Caroline Rufino, 18 anos. Ela esperava por atendimento médico há duas horas na unidade com dores na região abdominal e na cabeça. “Isso aqui é desumano”, reclamou.
Somente no período da tarde, das 13h às 17 horas, três pessoas desmaiaram na recepção quente e abafada, enquanto aguardavam atendimento. Uma mulher desmaiou enquanto a equipe de reportagem da Tribuna ouvia outros pacientes na recepção. Com as UBS em recesso desde 19 de dezembro, o movimento tem aumentado na UPA.
Ontem, havia cerca de 60 pessoas aguardando uma avaliação médica com as mais diferentes reclamações. Cristiano da Silva Rocha, 34 anos, foi picado por aranhas nas duas pernas. “Eu estava cortando gama e até agora não fui atendido”, diz após três horas de espera.
O motorista Everton Fernando Machado, 28, estava com o rosto inchado. “Acordei com o rosto todo inchado. Não sei o que aconteceu. Estou aqui desde o meio dia”, reclama. Ele estava no local há cerca de quatro horas. A equipe de reportagem saiu da unidade, por volta das 16h45, e ele ainda não havia sido atendido.
Machado reclama que a Unidade de Atendimento 18 Horas "Luiz Beffa", que fica próximo ao bairro que morra, o Alto da Boa Vita, está fechada. “Eu tenho que deslocar cerca de 12km, para buscar atendimento quando tem uma unidade fechada praticamente na porta de casa. E quem não tem condições de vir de carro ou pegar um ônibus como fica? ”, questiona.
O também motorista Rogério Franzin, 33, torceu o pé há três dias e aguardava desde às 13 horas por atendimento. “Achei que fosse passar o inchaço, mas não passou. Estou com o pé inchado e com dor”, revela.
Já o metalúrgico Marcelo Stefanelo, 33, que também chegou na UPA por volta das 13 horas, reclamava de dores na mão. “Estou com dor há quase uma semana. As pontas dos meus dedos adormecem. Hoje, eu nem consegui ir trabalhar”, comenta. Assim, como Franzin, Stefanelo também esperava há cerca de quatro horas por atendimento médico.

Equipes foram reforçadas
O secretário de Saúde de Arapongas, Antônio Garcez Neto, alega que as equipes da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) foram reforçadas para atender no período recesso das Unidades Básicas de Saúde e das três unidades de atendimentos “18 Horas”. O recesso das repartições municipais segue até o dia 31, com retorno dia 2 de janeiro. “Os profissionais dessas unidades foram escalados para reforçar o atendimento do UPA. Não só os médicos, mas enfermeiros, técnicos e profissionais da limpeza”, argumenta Neto.
O secretário avalia que o fechamento das UBS não interfere no atendimento da UPA, porque as unidades trabalham com atendimentos agendados.
No caso de ontem à tarde, o Neto observa que houve vários casos de urgência e emergência. “As equipes precisaram atender casos de infarto, AVC (acidente vascular cerebral) e acidentes, o que exige, em alguns casos, mais de um médico”, sublinha.
Com isso, explica, as pessoas que não fazem parte do quadro de urgência e emergência acabam aguardando mais tempo na fila. “A maioria das pessoas que aguardavam atendimento não fazia parte do grupo de risco, por isso, acaba esperando um pouco mais”, comenta.