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Frio aumenta acolhimentos em abrigos

CINDY SANTOS

| Edição de 12 de junho de 2019 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Quando as temperaturas caem, o número de atendimentos a desabrigados aumenta até 25%, em Apucarana. Na Casa da Misericórdia, a média de pessoas acolhidas subiu de 120 para 150 por semana por causa do frio. Segundo dados da coordenação, cerca de 60% do público é formado por moradores fixos da instituição que atua há 15 anos no município. Os outros 40% são rotativos. 

Imagem ilustrativa da imagem Frio aumenta acolhimentos em abrigos


“Não temos um controle tão rigoroso no inverno, porque quem vive nas ruas sofre muito com o frio. Mas se há um excesso de pessoas e temos que dar preferência, nos pautamos por idade decrescente. O que não fazemos é servir de centro de tratamento para dependentes químicos, mas se o problema principal é a situação de rua, então acolhemos”, explica o coordenador da Casa da Misericórdia, Luciano Henrique. 
Geralmente, as pessoas que procuram abrigo estão em situação de rua, seja por problemas com álcool e drogas, ou por não terem familiares na cidade, explica Henrique. “Quando as pessoas vêm para a Casa de Misericórdia, nossa primeira preocupação é o cuidado com a alimentação. Posteriormente cuidamos das necessidades específicas de cada um. Depois, os que já estão acomodados passam a cuidar dos outros, colaborando com a manutenção do prédio, cuidando da horta e limpando o ambiente. Assim a casa torna-se uma comunidade ativa”, explica. 
Segundo o coordenador, a população pode ajudar de várias maneiras, doando roupas, alimentos, itens de higiene pessoal ou dinheiro por meio de depósito bancário. “Lembrando que, quando as temperaturas caem, os gastos aumentam junto com o número de pessoas que buscam ajuda na Casa da Misericórdia”, afirma.  
CENTRO POP
No Centro de Referência Especializado a Pessoa em Situação de Rua (Centro Pop), o número de atendimentos não aumentou. No entanto a quantidade de abordagens de rua cresceu significativamente, segundo a diretora do Serviço de Proteção Social de Média Complexidade, Ana Maria Schmidt. “Os abordados não aderem o Centro Pop, porque encontram facilidades na rua como comida, roupas, dinheiro. A sociedade acaba ajudando muito”, comenta.
Embora reconheça a boa intenção da comunidade, Ana Maria orienta que as doações sejam encaminhadas para as instituições que atendem os moradores. “A sociedade pode ajudar encaminhando essas pessoas para as instituições e fortalecendo o trabalho de abordagem do morador que está na rua”, reitera. 
Diariamente, o Centro Pop atende de 30 a 50 pessoas, além da abordagem de rua diária que encaminha de 8 a 12 pessoas à unidade. “Lembrando sempre que é respeitado o direito de querer ou não os encaminhamentos oferecidos”, destaca a diretora.
A unidade, que é mantida pela prefeitura, atende jovens, adultos, idosos e até famílias inteiras. O serviço pode ser acessado de forma espontânea a qualquer momento ou por meio de encaminhamento do serviço especializado, pela Assistência Social do município e até pelo Judiciário.
“É um espaço de referência para o convívio social e o desenvolvimento de relações de solidariedade, afetividade e respeito. A unidade também funciona como ponto de apoio para pessoas que moram ou sobrevivem nas ruas. Promove o acesso a espaços de guarda de pertences, de higiene pessoal, de alimentação e provisão de documentação”, comenta. 
O Centro Pop fica na Rua Desembargador Clotário Portugal, n 250. Já a Casa da Misericórdia fica na Estrada Santo Padre Pio, 1200.